segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Nação, Cultura e Identidade
A dificuldade do brasileiro em compreender os movimentos nacionalistas, direitistas, tanto de árabes ou de judeus, quanto de europeus e de outros povos, se deve ao fato de que o conceito de nação é pensado de forma diferente. No caso dos brasileiros não se leva em conta a origem do indivíduo ou a sua ancestralidade; quer dizer: "pingou" em Santa Catarina é catarinense, "pingou" no Brasil é brasileiro.
A palavra nação vem do verbo nascer e quer dizer um conjunto de pessoas que nasceram sobre um mesmo espaço territorial e comungam os mesmos costumes. Alguns estudiosos ampliam e falam em tradições, etnia, língua, religião, mentalidade predominante, educação, história e um sentimento generalizado entre os indivíduos que formam uma mesma comunidade.
Entretanto, o conceito não é tão simples e remete qualquer estudioso a muitas definições já feitas, assim como aos textos históricos que mostram as inúmeras guerras que, motivadas por visões nacionalistas, já se mataram tantas pessoas. Isso se deve a motivos econômicos, mas também a visões de mundo diferentes, encrostadas em costumes e religiosidades.
Acontece que os brasileiros entendem por nacionalidade o ato simples de se nascer em um dado lugar: a família chegou de fora, a mulher veio grávida, a criança nasceu e já é o suficiente para se ter o adjetivo pátrio local. Nesse caso, não se leva em conta qualquer identidade étnica de origem ou os costumes, a religião, a língua etc.
Quando se trata de conflitos nacionais de europeus, árabes, judeus ou africanos, por exemplo, o conceito de nação difere bastante. Nesse caso, leva-se em conta, não só as origens culturais, mas também a identidade étnica, uma espécie de relação de consangüinidade. Talvez, para entender isso, se possa comparar ao corporativismo - em que um indivíduo vê o outro como integrado ao seu próprio corpo e o defende como parte de um conflito comum.
Enfim, formado por uma cultura específica, ou por uma multiplicidade de tipos diferentes, o que aglutina um povo é sua cultura e seu espírito de unidade. A partir daí, pode-se dizer que o grande conflito acontece mesmo é quando os interesses culturais de um povo vai de encontro aos interesses econômicos de um outro.
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