segunda-feira, 13 de abril de 2015
A Eterna Busca Pela Felicidade
Alguns pregadores dizem: "no mundo atual as pessoas estão perdidas no hedonismo e nada querem com o amor pelo próximo, com a fé ou com a vida contemplativa". Certamente que aí se encontra um equívoco em relação ao conceito de hedonismo; pelo menos àquele encontrado na origem do termo com Epicuro de Samos, lá pelo século 4 aC. Talvez o desentendimento venha da origem etimológica do termo hedonê que no Grego antigo se define como prazer, ou vontade.
Ou seja: o hedonismo nada mais é que uma corrente filosófica que explica o sentido da vida a partir da busca pela felicidade. Só pode ser feliz aquele que aprende a dominar seus medos, frustrações, desejos e ódio; assim, se visitas indesejáveis entrarem em tua casa não se aborreça, vá para o jardim!
O pensador grego usou ainda a palavra tetrafármaco para designar a filosofia, afirmando que poderia ser estabelecida com os quatro remédios que curam a alma humana em suas ansiedades. Primeiro: os humanos não devem temer os deuses, já que deles não se pode esperar nada de bom ou de mau; segundo: da mesma forma não se deve temer a morte, já que essa, nada mais é que o fim de todas sensações; terceiro: todos os males um dia acabam, pois a história tem mudanças contínuas; e quarta: ser bom é muito fácil, basta educar os sentidos, limitando os desejos e disciplinando as necessidades.
Para Epicuro, o sentido da vida humana é a eterna busca pelo prazer e a felicidade, mas isso não será encontrado em uma moral, em um sistema político, em uma convicção religiosa, em um grande herói, mas dentro de si mesmo. Portanto, vive-se para o prazer, para a felicidade e assim, todas as ações são dirigidas nesse sentido; nesse caso, deve-se buscar o prazer com toda intensidade, mas com sabedoria para que seja, ao mesmo tempo, o mais intenso e o mais duradouro possível.
Comer é prazeiroso, então deve-se comer, mas sabendo o que comer e a quantidade tal que o prazer do momento não venha a acarretar em um sofrimento futuro. Da mesma forma o beber, pode acontecer, desde que com regras tais que aquilo que num momento é um ato prazeiroso não venha a ser no futuro motivo de sofrimento. Assim como o sexo, pode e deve ser feito sem qualquer receio, mas de um modo tal que mais tarde não se transforme em conseqüências tristes.
Se toda a vida humana pode ser regrada, também as relações sociais. Ora, ser respeitado por aqueles que fazem parte do convívio é algo prazeroso e só há uma forma de ser respeitado: respeitando a todos. Assim, cada homem e cada mulher luta naturalmente pela sua própria felicidade, portanto é natural que se busque plenamente por ela, mas essa sempre só será encontrada com amplo regramento das ações, nunca fora de si mesmo.
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