quinta-feira, 2 de abril de 2015

A Felicidade Dentro de Cada Um

O céu para os cristãos, o comunismo para os socialistas, a condição de brahma para os hindus ou o mbia - a terra sem males - para os guaranis é assim seguem os humanos em suas lutas pela felicidade. Todas são vontades de herdar ou de construir um mundo melhor para viver. Depois de Thomas Morus, um conceito tomou posição e definiu essa condição: os humanos buscam eternamente pela felicidade, por uma vida prazeirosa e estabelecem, como num ponto de fuga, a utopia e seguem as linhas que levam ao seu encontro. Nesse sentido, algumas perguntas se formam a partir de então: o que é felicidade? felicidade é possível? ou, como se encontra a tal felicidade? Questões intransponíveis. Mas mesmo sabendo que ninguém tem as respostas finais é possível dissertar a respeito, no sentido de analisar tanto o conceito, quanto essa estranha condição humana a que tanto se busca. Então, se o conceito de felicidade pode ser estabelecido como uma condição humana de aceitação das situações postas pela vida, a partir da satisfação de necessidades, essa é, portanto, uma condição prazeirosa. Assim, a felicidade só é possível se condicionada a momentos determinados, a picos, e que logo desaparecerá. Neste caso, é preciso que se busque uma felicidade mais duradoura e intensa possível. Se alguns chamam de comunismo e outros de céu, se para alguns é preciso que se aja adequadamente em vida para assim herdar numa outra dimensão, a felicidade - para outros, há a necessidade de se fazer uma revolução. A verdade é que o que move a consciência humana é a eterna busca pela felicidade. Entretanto, se os picos encontram-se na satisfação das necessidades, a felicidade pode ser adquirida a partir da desconstrução de necessidades; pelo menos das necessidades impostas, aquelas que não fazem parte da condição humana. Para ser feliz é preciso favorecer e, assim, maximizar o prazer. O que isso quer dizer: a felicidade precisa ser pensada de forma a entender que essa ocorre na independência diante dos desejos e na limitação das necessidades. Ora, comer, beber, receber carinho ou dormir, fazem parte das necessidades mais prementes dos humanos, mas deve ser pensadas juntamente com uma outra que coroa e faz parte de todas essas anteriores, a liberdade. Certamente que se não houver liberdade é possível ser feliz, caso haja ignorância da sua falta; ou seja: se não for livre é preciso pensar que é livre. Enfim, a felicidade não pode ser encontrada na religião, no emprego, no partido ou no relacionamento amoroso, mas apenas dentro de si mesmo.

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