segunda-feira, 27 de abril de 2015

A Vida é a Necessidade da Arte

Uma atividade que sempre esteve presente em toda a existência humana, entre as necessidades mais elementares, é a arte. Por mais que se viva fazendo ou consumindo a arte que os outros fazem, esses mesmo humanos não conseguem dimensionar a sua importância e por isso mesmo a inferiorizam e não dão a ela o seu lugar devido na sociedade. As pessoas a produzem e a consomem, mas pouco ou nada sabem a seu respeito. Algumas perguntas podem auxiliar nessa análise: a arte pode ser qualificada como útil? O que é necessário para que uma atividade seja encaixada na condição de arte? O artista faz seu trabalho para si ou para público? O trabalho que se faz, segundo as regras de um mecenas, é arte? Pode-se aqui tecer um elenco imenso de questões, todas importantes e necessárias, mas apenas se tem uma certeza, a sua importância dela própria para os humanos. As pessoas não sabem responder e mesmo os maiores especialistas têm dificuldades para isso. A arte é inútil. Essa é a afirmação primeira quando se estuda a filosofia da arte e se busca para ela um sentido. Ou seja: a arte não pode ser qualificada como um atividade utilitária, como algo que existe para servir a um propósito fora de si. Afinal, essa atividade é uma manifestação de um humano que sente por dentro a perplexidade da existência, de um humano que se transforma e põe-se a transformar a natureza, a si próprio e ao mundo a sua volta. O espectador, ou aquele que contempla a arte, a recebe como um bálsamo que o alivia das amarras existenciais. Nesse caso, o pensador macedônio da Antiguidade, Aristoteles, afirmou que a arte é aquilo que provoca nas pessoas a catarse, limpa a alma humana; assim como a psicanálise que fala em depuração, em aliviar a mente das aflições para um viver feliz. Aristoteles afirmava que o teatro tinha para o ser humano essa capacidade de libertação, pois quando os dramas e as tragédias eram representados, os gregos conseguiam se libertar. Assim, pode-se afirmar que a arte é a manifestação dos cinco sentidos e como tal, quanto mais se faz e se contempla a arte mais os sentidos são aguçados. Isso quer dizer: na estética da existência, aquele que tem a arte como um valor, tem também as suas sensibilidades mais elevadas. Ora, a violência urbana, como fruto da ganância material e das lutas pelo poder, deve ser traduzida como uma situação motivada pela falta de arte. A verdade é que homens e mulheres fazem arte, fazem política e fazem filosofia como necessidades existenciais, não pode haver figura humana se não existem esses três elementos. Ou seja: a falta de arte na vida de homens e mulheres pode ser observada pelas suas ações desumanas, ou pela própria "bestificação".

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