quarta-feira, 22 de julho de 2015

Aiurê: Uma História de Índios e Brancos

Quem desce pela serra do Corvo Branco logo se depara com as nascentes do rio Braço do Norte, o início do centro-sul de Santa Catarina, uma região ainda agreste com árvores imensas, e se chega a Aiurê, o primeiro povoado, onde se vê na pracinha central, em a frente a igreja, a estátua de um menino índio. Embaixo da mesma estátua há uma placa com alguns dizeres contando uma história que dá conta da origem do nome da localidade, distrito do município de Grão-Pará. Historiadores contam que as primeiras famílias descendente de alemães, açorianos e italianos chegaram ao vale do Braço do Norte ainda no final do século 19, fazendo surgir as cidades de São Ludgero, Braço do Norte, Rio Fortuna e Grão Pará. Os imigrantes seguiriam para a região vindos do Desterro através da Laguna - subindo o rio Tubarão, ou por Santo Amaro da Imperatriz, descendo pela costa da Serra. Segundo os moradores mais idosos da localidade, quando as primeiras famílias de imigrantes chegaram seguiram pela mata fechada e por ali chegaram avistaram, ao longe, duas crianças indígenas: uma menina com idade por volta de dez anos e um menino com de sete ou oito. Era a primeira noite das duas dezenas de homens, mulheres e crianças brancas naquela floresta ainda desconhecida por eles - ao pé da serra do Corvo Branco - e ali ergueram uma primeira choupana para se abrigarem da noite fria do inverno catarinense. Um dos imigrantes, de alguma forma, teria provocado os dois curumins que prontamente revidaram com pedras e paus, no que um dos homens atirou para assustá-los, mas que acabou ferindo mortalmente o menino. Houve então um tumulto entre os imigrantes e todos correram para o local percebendo que o indiozinho menor fora atingido fatalmente. Conta-se que ao ver o irmão morto a menina, desesperada e sem entender quem eram aqueles seres estranhos, um bando de gente feia e branca, chorou muito gritando: "Aiurê, Aiurê..." Por hora ninguém entendera o que a menina dizia e só mais tarde concluíram que esse poderia ser o nome do irmão morto. Sentindo o remorso, uma das famílias acolheu a menina e ensinou-lhe a língua, a religião e os modos de vida dos brancos. Conta-se também que a menina índia teria vivido ainda por muitos anos, mas mesmo adulta, e até bem mais velha, era comum encontrá-la aos prantos, pela mata a fora, a chamar por Aiurê. E, assim, Aiurê chamou-se Aiurê.

6 comentários:

  1. Caminho lindo que passamos em um dos muitos passeios que fizemos...

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  2. Este pequeno lugarejo, faz parte da historia da minha família, lugar este onde descansa o corpo de minha falecida avó materna, Ana Antunes, falecida em 1945, e que com certeza comtribuiu com a colonização deste santuário ao pé da serra.

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  3. Caro amigo, há informações, que esse nome, é de uma vila, localidade na Itália, segundo um morador, daqueles, antigos e de boa memória.

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  4. Levar em conta,que essa porção, foi área dos Xokleng/Laklano e não encontramos ainda esse termo em seu linguajar, memória.

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  5. Levar em conta,que essa porção, foi área dos Xokleng/Laklano e não encontramos ainda esse termo em seu linguajar, memória.

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  6. Caro amigo, há informações, que esse nome, é de uma vila, localidade na Itália, segundo um morador, daqueles, antigos e de boa memória.

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