segunda-feira, 27 de julho de 2015

Educação, Sociedade e Investimentos

Já virou senso comum uma afirmação (em jornais, televisão, redes sociais, discursos políticos etc) de que a solução para a crise que a sociedade brasileira enfrenta está na educação. Pessoas que se posicionam politicamente na esquerda assim afirmam, como também os que se enquadram na direita, ligados a situação ou a oposição, invertem os polos, mas dizem a mesma coisa. Todos falam, mas certamente nem todos possuem algum interesse de que a educação seja levada a sério e que se invista pesado. Nem todos possuem interesse por dois motivos: primeiro porque investir em educação tem um custo - significa que o estado deveria reservar uma fatia maior do seu orçamento para o ensino; segundo, há o medo de que uma sociedade educada possa ser impossível de controlá-la. A afirmação inicial está correta, a educação levada a sério pode sim construir cidadãos mais integrados à sua sociedade, mais ativos no processo de transformação urbana, mais politizados e conhecedores dos seus direitos e das suas obrigações. Mas o problema é que bem poucos são os que realmente sabem o que é investir em educação, mesmo entre aqueles que ganham a vida em sala de aula ou entre os que batem panela nas ruas e mesmo entre governantes. Hoje investir significa revolucionar a educação. De nada adiantaria, como alguns pensam, jogar dinheiro nesse setor pensando em apenas um quesito, como: aumentar o salário dos professores, melhorar os prédios ou construindo novos estabelecimentos de ensino. A mudança deve acontecer de forma completa: desde os proventos dos professores, passando pela estabilidade dos profissionais, como também as suas licenças, as horas atividades etc; até os conteúdos, a distribuição das séries, o sistema de inclusão e as escolhas de diretores escolares. Enfim, um outro ponto: combate à violência se faz com educação, mas para isso é preciso que as escolas tenham turno integral, das séries iniciais ao final do ensino médio. Na verdade, a escola brasileira ainda não começou acontecer de fato. Pelo menos não começou acontecer uma escola pensada para o Brasil, sua terra e sua gente; o que aconteceu até agora foram cópias da educação européia, com um pouco da estadunidense e algumas pitadas de latino-americana. Muita coisa está sendo ensinada, mas que nem todo professor e bem poucos alunos, sabem porque estão estudando.

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