quinta-feira, 16 de julho de 2015
Frankfurt: Comunicação, Modernidade e Contradição
Quando se faz certas críticas aos meios de comunicação tradicionais como jornal, televisão, rádio ou cinema, pouco ou nada se leva em conta que quem construiu os conceitos necessários para a realização de tais análises, foram os teóricos da Escola de Frankfurt. Sim, liderados por Max Horkheimer e Theodor Adorno, foram eles que teceram as primeiras críticas ao modo de vida da era moderna - no período pós-revolução industrial - sobretudo naquilo que eles chamaram de comunicação de massa ou industrialização da arte etc.
A Escola de Frankfurt nada mais foi que um grupo de filósofos, trabalhando em uma teoria social interdisciplinar neomarxista, associados a partir do Instituto de Pesquisa Social ligado a Universidade de Frankfurt. Esses teóricos aceitavam o pensamento de Karl Marx, mas admitiam que a tradicional teoria não poderia explicar adequadamente o turbulento e inesperado desenvolvimento das sociedades capitalistas no século XX, bem como suas implicações. Assim, eles criticavam tanto o capitalismo quanto o socialismo da então União Soviética; os seus textos apontavam a possibilidade de um caminho alternativo para o desenvolvimento social.
Eles estavam preocupados com as condições que permitiam mudanças sociais e o estabelecimento de instituições racionais. A ênfase no componente crítico da teoria foi derivada da tentativa de superar os limites do positivismo, do materialismo e do determinismo da época - retornando ao criticismo de Kant e ao idealismo alemão de um modo geral, principalmente à filosofia de Hegel com sua direção para a dialética e a contradição como propriedades inerentes da realidade.
No livro Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer mostraram que a sociedade humana construiu no século 17 o que ficou conhecido como Iluminismo, como uma tentativa de viver a autonomia do indivíduo, cuja a única dependência seria a razão. Entretanto, a modernidade se caracterizou pela responsabilidade de uma séria de dependências, como a dependência do mercado e, com ele, do poder econômico.
Assim, os humanos que se pretendem autônomos, senhores de si, estão cada vez mais dominados pelas mesmas construções modernas que se pretendiam instrumentos de libertação. Nesse caso figuram, por exemplo, o que os frakfurtianos chamaram de MCM (meios de comunicação de massa), um fenômeno moderno que dita as modas, os comportamentos os gostos artísticos e até as preocupações políticas.
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