quinta-feira, 15 de outubro de 2015
A Guerra Civil na Síria e a Influência Ocidental
Nesses anos de turbulências sociais e crise econômica pelo mundo a fora, uma guerra civil persiste e já se configura na história mundial como mais um daqueles eventos do Oriente Médio, sem solução a curto prazo: o conflito na Síria. A chamada região do Crescente Fértil desde a Antiguidade até os dias atuais sempre chamou a atenção pelos conflitos entre povos de orientação islâmica ou com países europeus.
A República Árabe da Síria tem como capital Damasco, uma das cidades mais antigas do mundo, é um país de planícies férteis, de altas montanhas e de desertos e, na antiguidade, foi um califado omíada, um protetorado egípcio, parte do império de Alexandre e assim por diante. Atualmente, diversos grupos étnicos e religiosos, inclusive árabes, gregos, arménios, assírios, curdos e turcos, entre outros, se distribuem em grupos religiosos como sunitas (o maior grupo), cristãos católicos, alauitas, drusos e mandeus.
Nos dias atuais o país é governado por Bashar al-Assad, seguindo uma ideologia política formada por uma mistura de nacionalismo sírio, um integralismo árabe (mesmo se pretendendo laico) e uma orientação socialista de influência russa. Essa situação leva o sistema de Assad ter de enfrentar a oposição de parte dos ativistas islâmicos não sunitas - contrários à influência russa - e do ocidente de influência estadunidense. Interessante que os meios de comunicação, orientados pelos Estados Unidos - como é o caso brasileiro - ora chamam Assad de rei, ora de ditador e ora de presidente, conforme a conveniência do momento.
A verdade é que o mundo árabe sempre foi, para as potências europeias, desde as cruzadas medievais, um entreposto comercial ou, atualmente, com sua riqueza petrolífera, um tabuleiro dos seus jogos de poder. Assim, distribuídos entre influências de estadunidenses, de franceses, de russos e de ingleses, os governos são sucedidos entre golpes de estado, guerra civil e eleições orientadas pelo Ocidente.
Dessa forma, a Síria vive uma guerra civil desde de 2013, quando um grupo de oposicionistas islâmicos ortodoxos organizaram um levante, apoiados pela Liga Árabe que por sua vez tem a orientação dos Estados Unidos. Aliás, esse é o mesmo grupo fundamentalista que tenta criar no norte do país um novo califado (governo teocrático de orientação islâmico) e divulga na internet os seus atentados. Hoje vários grupos tentam tomar o poder e o Ocidente se divide entre apoio a Assad e aos grupos rebeldes que se manifestam.
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