domingo, 11 de outubro de 2015

"Republiquetas das Bananas"

O termo "republiqueta das bananas" é usado comumente para designar, pejorativamente, pequenos países latino-americanos com sérios problemas políticos. O sufixo eta designa uma pequena república desestruturadas economicamente e em convulsão social constante e as bananas são referências a abundância da fruta, bastante característica em regiões de clima quente e úmido. Acontece que países de pouca extensão, geralmente na América Central e Caribe - grandes produtores de banana - vivem turbulências políticas em uma história de golpes devido as classes sociais mais abastadas estarem sempre descontentes com seus governos. Como isso, a expressão tomou corpo e virou um conceito que determina qualquer país latino-americano e caribenho nessas condições. Aliás, o Brasil nunca teve uma sequência de governos escolhidos democraticamente por um período longo: o filho de Joao VI deu um golpe no pai e proclamou a independência, os regentes sofreram um golpe de estado com a votação da maioridade do príncipe Pedro para que esse, mesmo menor, assumisse a Coroa, e a proclamação da República foi um golpe militar. Na era do café-com-leite São Paulo e Minas se revezavam nas intrigas palacianas em uma sequência de golpes, mas acabaram sofrendo um golpe de estado de Getulio que assumiu com mãos de ferro, que também um golpe palaciano e cometeu suicídio. Juscelino renunciou e seu vice, Jango - sofreu um terrível golpe de estado, novamente pelos militares que foram forçados a ceder para Tancredo, mas que misteriosamente morreu; na sequência, Collor de Melo sofreu um golpe de estado e, enfim, Fernando Henrique, em uma série de intrigas palacianas, surpreendeu com a compra de congressistas para ampliar seu governo de quatro para oito anos. Certamente que a história política brasileira não ficará somente com esses golpes;, assim como em países da América Central, do Sul e Caribe. E o termo "republiqueta das bananas" - bem representado nos adereços de cabeça da musa brasileira, a portuguesa - Carmem Miranda - parece ser um conceito político próprio de sistemas patriarcais, em que as elites vivem uma fome vorás, numa constante insatisfação econômica e política; assim tem sido no Brasil como em São Domingos, em Honduras, em Paraguai, em Haiti, em El Salvador, em Panamá, em Nicarágua e outros.

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