quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Conservadorismo: o Medo e o Preconceito
A Política não segue sistemas fixos e monológicos, ela é uma ciência complexa, com linhas retas e curvas, com faces lisas e plissadas de modo tal que quase nunca se pode prever o desenlace seguinte. Mesmo assim, sendo ciência, como se pretende, ela trás nas suas entranhas algumas tendências: a repetição de linhas históricas em uma certa circularidade de forma que os encaminhamentos libertários e transformadores se alternam com pensamentos conservadores, em um indiscritível medo de mudanças profundas.
E nessa circularidade percebe-se que nos tempos atuais acontece uma guinada para uma política extremamente fechada e reacionária, muito diferente do que se percebeu há duas ou três décadas. Aliás, desde a força transformadora e revolucionária da França de 1789 que a política mundial se alterna em tendências que priorizaram hora as grandes transformações e hora as visões reacionárias e medrosas.
Após a Revolução Francesa viu-se uma onda conservadora pelo mundo a fora que seguiu durante toda a primeira metade do século 19 e que desembocou, na segunda metade - na "era das revoluções", com a Comuna da Paris, as unificações alemã e italiana e a Revolução Meiji, no Japão. Findado esse período, os primeiros 50 anos do século seguinte foram marcados por um conservadorismo extremo, de modo que uma direita fascista e xenofóbica levou a humanidade à Segunda Guerra Mundial.
Já a segunda metade desse mesmo século foi marcada por lutas pelos direitos humanos, pela defesa das liberdades, quando - embalada pelo rock, a juventude gritou que era proibido proibir. Nesse momento lutava-se contra todos os tipos de regimes ditatoriais, contra a miséria alimentar, contra a miséria intelectual, pela paz e a favor da crítica e da liberdade política.
Mas nem bem o século 21 começou para se ouvir os gritos dos conservadores contra os avanços sociais, contra as políticas de igualdades raciais, de igualdades de gênero, de igualdades para os homoafetivos etc. O mundo, nesses anos, deu uma guinada racista, preconceituosa e alimentou uma religiosidade retrógrada que se crê detentora de verdades políticas, científicas e sociais inquestionáveis, mas que remonta mesmo os tempos medievais.
Como resultado de tudo isso ouve-se/lê-se nos últimos tempos os discursos mais conservadores sendo gritados até por intelectuais, juristas, religiosos, jornalistas, magistrados e professores de forma tal que se poderia negar a existência dos grandes movimentos sociais, revolucionários, já vividos pela humanidade. Esqueceram esses senhores que a espiral das vontades humanas retornará ao período dos grandes avanços sociais com profundas transformações, quer queiram eles ou não. A história não para.
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