segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Oposição, Sebastianismo e a Turba Desinformada

Sobre a importância da oposição em um sistema democrático já se falou exaustivamente em jornais e livros, por cientistas políticos e juristas de todos os lados; o que não se tem falado é o tipo dos opositores - suas ideologias, seus níveis de instrução e politização. Ora, a democracia se alimenta da pluralidade de ideias e, com elas, o debate, o confronto e mesmo o conflito de posições políticas; portanto, é preciso que a contraposição esteja preparada para o embate. É certo que situação e oposição atuam a partir de pontos diferenciados de possibilidades de ação; as dificuldades para o opositor são maiores e podem ser estabelecidas a partir de alguns pontos. Primeiro, a oposição é formada por partidos derrotados na eleição anterior, portanto carregam uma carga de ressentimentos que dificultam a análise isenta das ações; segundo, não possuem o controle do governo, ficando limitados no jogo político; terceiro, não possuem a inserção popular como a situação, vencedora; além de outras dificuldades mais. Quando os opositores estão conscientes da derrota e, democraticamente, aceitam os resultados das urnas tecem suas críticas a partir de ações concretas - apontando falhas reais - do governo em andamento, o que se torna um grande ganho para a sociedade. Entretanto, quando setores oposicionistas não digerem a derrota buscam aliados fora da política (imprensa, judiciário, profissionais liberais etc.), tentam manter coesos os seus eleitores com informações imprecisas e lançam mão de toda sorte de artifícios, a espera é de um golpe possível. Mas o grande problema acontece mesmo é quando essa parcela perdedora de eleitores é formada por um setor da classe média pouco ou nada chegada a leituras, pessoas que se contentam com fotografias, legenda, títulos e notas de rodapé, isso quando se dão ao trabalho de folhear um jornal e abrir as páginas de política ou economia. Na maioria das vezes essas pessoas se alimentam é de mídias sociais, uma terra de ninguém, onde tudo pode e, desinformadas, ou com informações parciais, viram presas fáceis de uma oposição ressentida. E, numa espécie de sebastianismo, a turba desinformada bate cabeça a espera de um salvador da pátria e começa então o boicote e o jogo do quanto pior melhor. Como resultado tem-se um desserviço para toda a sociedade: as ações do governo são prejudicadas, a economia entra em crise, a oposição continua de fora do processo e a democracia é perigosamente fragilizada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário