segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Islamismo: História e Complexidade
Após receber os ensinamentos do anjo Gabriel, registrados num texto conhecido como Corão, ou Al-Corão, o profeta Maomé se deslocou com seus seguidores de Meca para Medina, numa retirada que seria lembrada na história como Hégira. Os cristãos contavam em seu calendário o ano de 622. A partir daí estava consolidada uma das três vertentes monoteístas reunindo as inúmeras tribos árabes entorno de uma estrutura religiosa que ficaria conhecida como Islã ou muçulmana (obediência).
Em seguida os fiéis islâmicos saíram mais uma vez, agora de Medina, levando sua fé além da Península Arábica e Oriente Próximo: para a região da Pérsia, da Ásia Menor, de todo o norte e leste da África e para a região européia da Península Ibérica. Aliás, os costumes da Espanha e Portugal trazem até os dias de hoje características marcantes nos idiomas ibéricos, na música e na dança. E pensadores europeus como Santo Tomaz de Aquino, Santo Ambrosio ou Pedro Abelardo foram influenciados pelas leituras de filósofos muçulmanos, como Averrois e Avicena.
A fé pregada pelos islâmicos junta os ensinamentos abrâmicos - antigos livros cristãos e judaicos - ao Corão, que tem a mesma estrutura linguística da Bíblia. Assim, através desse livro, Maomé (ou Mahamed) mostrou as linhas de como os fiéis deveriam seguir no seu dia a dia: a oração, as vestimentas, a economia, a comida, a arte, os relacionamentos etc.
Logo após a morte do profeta, os seguidores se dividiram no que dizia respeito à sua sucessão e ás suas formas de interpretar o livro sagrado - conhecidas como as duas principais facções: sunitas e xiitas. Essas divisões também se espalharam ao longo de todo o espaço conquistado caracterizando inúmeros povos nas suas formas de viver o Islã e aumentando, entre si, os conflitos.
Assim como toda crença - e aí coloca-se também o Cristianismo - o Islamismo traz nas suas franjas uma complexidade que se traduz num profundo desconhecimento ao não iniciado, o que leva a uma generalização e um consequente preconceito. Como ocorre também com Cristianismo, as suas interpretações podem levar a uma vida social de profunda fraternidade e respeito, como ao ódio e a perseguição. Enfim, a despeito de tudo que tem acontecido nos últimos tempos, é preciso que se diga: ninguém conseguirá deter a ação de um crente, no desempenho de sua fé, apenas alcunhando-o de terrorista ou atacando-o com todo tipo de agressão.
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