segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Os Atentados: Cultura, Religião e Economia

Nesses tempos de atentados a estádios de futebol, a centros de compra, a casas de espetáculos, a transportes coletivos, ou mesmo a lugares ao ar livre, realizados por grupos armados islâmicos ou por "lobos solitários", simpatizantes da causa islâmica, a alvos ocidentais convém que se faça considerações a respeito. Um ingrediente importante nesse debate é que nada surge do nada, tudo é resultado desencadeado de ações ocorridas anteriormente. A pergunta necessária é: se o mundo árabe existe há milhares de anos e se a religião islâmica surgiu há exatos 1393, por que só agora, no último século, puseram-se a atacar os países de cultura ocidental? Para entender a situação e responder a essa pergunta é preciso levar em conta que ninguém que esteja satisfeito com os seus vizinhos resolve atacá-los de uma hora para outra. Ora, o que ocorreu na França na última semana deve ser relacionado com o que já ocorrera no início do ano no país, com o que vem ocorrendo por toda a Europa, nos Estados Unidos, bem como em países aliados. Que a cultura árabe se distancia profundamente da cultura dos países de matriz européia e, com ela, a economia e todas as organizações sociais. Acontece que, há mais ou menos 150 anos, ávidos de mercado consumidor para seus produtos, bem como de matéria prima para suas indústrias, esses mesmos países ocidentais fizeram com o Oriente Médio o que ficou conhecido como Partilha da Ásia. Com réguas, compassos e transferidores as potências econômicas europeias dividiram entre si os territórios e submeteram os povos sem considerar suas crenças, seus governos e até os seus milenares conflitos de grupos étnicos. Por outro lado, as grandes potências mundiais, responsáveis por políticas econômicas injustas e segregacionistas, continuam nos tempos atuais interferindo na política árabe como forma de beneficiar seus domínios geopolíticos. Inclusive com financiamento a grupos extremistas que lutam contra governos que não aceitam os interesses ocidentais. Como os conflitos no interior do Brasil, em que membros de uma família matam os membros da outra e assim subsequentemente, potências ocidentais matam muçulmanos e muçulmanos matam ocidentais. Certamente que ninguém em sã consciência pode assinar embaixo de um atentado que mata pessoas comuns, não envolvidas na trama, mas não se pode deixar de lembrar que há muita hipocrisia, quando governos - alimentadores do conflito - lançam notas se dizendo condoídos com os atentados.

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