quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Homossexualismo, Preconceito e Ação
Nos últimos tempos tem ocorrido debates sobre as desigualdades historicamente presentes na sociedade brasileira. Isso é um bom sinal, mas não o suficiente. Afinal, em cada debate que se abre sempre há defensores da parte mais frágil economicamente, da igualdade entre homens e mulheres ou de brancos e negros, de índios etc; mas dificilmente alguém se aventura a defender as pessoas na condição homoafetiva.
Isso significa que a sociedade já cresceu consideravelmente com leis e educação para a defesa das lutas por igualdades e a participação cidadã das diferentes minorias. No entanto, as mudanças andam a passos lentos quando se trata da aceitação dos homossexuais no que tange aos seus direitos.
Acontece que as lutas por igualdades de gênero, de raça, de condição sexual ou de qualquer tipo de discriminação precisam ser feitas a partir de um entendimento da mentalidade do preconceituoso e a relação com eles. Significa que somente com leis e discursos pouco ou nada pode ser feito quando se trata desse tipo de discriminação pois se trata de valores e, esses, nada mais são que verdades inquestionáveis.
A mente do preconceituoso cria perfis determinando moldes para grupos e passa a entender a sociedade a partir destes moldes estabelecidos; assim, todo negro tem uma forma específica de ser, todo homossexual outra forma, toda mulher também e assim sucessivamente. É preciso entender que a sociedade ocidental pensa a normalidade, numa condição de poder a partir do homem, meia idade, branco e heterossexual e as lutas contra a discriminação dos que estão fora desse padrão já iniciaram muito cedo - mulheres, negros, índios, estrangeiros já estão na frente.
Entretanto, os homossexuais - homoafetivos, como quiserem - enfrentam a grande barreira de ter partido para a luta por reconhecimento e representatividade bem depois dos demais movimentos. Mas, além de tudo, pode se considerar a barreira da invisibilidade: homens e mulheres, brancos e negros, nos mais variados cargos públicos escondem a sua condição sexual quando são homoafetivos. Assim, ocorre um círculo vicioso, quanto mais se escondem mais o movimento se fragiliza, quanto mais esse se fragiliza, mas eles se escondem e, assim, mais fortalecem o pensamento do preconceituoso.
Enfim, a urbanidade manda que se aceitem as pessoas nas condições em que elas se nos apresentam, as leis precisam atender a essa demanda e a educação deve também fazer a sua parte. Entretanto, a aceitação na sociedade necessita primordialmente que os membros do grupo em questão arregimentem-se, mostrem-se como tais e tenham a coragem de enfrentar e agir.
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Muitas vezes, o homossexual vive numa condição de camuflagem social, como se devesse permanecer escondido de todos os olhares... é preciso que se posicionem como cidadãos plenos e façam valer seus direitos.
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