quarta-feira, 24 de agosto de 2016
O Pensamento de Marx e o Marxismo
Certamente que o pensador mais lido, mais criticado, mais amado e também mais odiado, nos últimos 150 anos, foi Karl Heinrich Marx; sabe-se que nenhum outro influenciou tanto a política, a economia e o modo de vida da humanidade nesse período. No entanto, é também o menos entendido e, por conta desse não entendimento, fala-se dele as mais variadas inverdades; em geral involuntariamente, por conta de um desconhecimento das suas ideias.
Em primeiro lugar, é comum generalizar marxismo, um adjetivo cunhado em cima de seu nome para designar o pensamento daqueles que seguem suas idéias, e socialismo, um outro conceito que aglutina os ideais políticos voltados para o social. Se o termo socialismo se refere a um conjunto de ideias de esquerda, anticapitalista, mas é muito amplo e congrega em torno se si vários modelos políticos e econômicos distantes do marxismo, desde liberais e democratas, até revolucionários e marxistas.
Por outro lado, o conceito de marxismo se conflita com marxiano: o primeiro, como foi dito, não agrupa ideias de Marx, mas as daqueles que concordam com seu pensamento; o segundo, é propriamente o pensamento de Marx. Alguns, por ignorância, afirmam que o pensador alemão não foi marxista, que ele teria descartado por discordar; certamente que não: esses conceitos que levam o sufixo “ista”, junto ao nome de alguém, só vai existir anos depois de sua morte para designar aqueles que seguem suas ideias.
Afirmam tais coisas por ignorância, tendo em vista o desconhecimento da vida, da obra, da história e de todo o movimento político em torno de seu nome. Dificilmente se encontra alguém que tenha lido quatro ou cinco livros seus, mesmo os mais conhecidos e comumente citados: O Capital, Ideologia Alemã, Manifesto Comunista ou Miséria da Filosofia.
Uma outra confusão que se faz é o estabelecimento de uma relação contraditória com o anarquismo, como se esse fosse, ou uma desorganização completa, ou um ideal político e econômico muito diferente do marxismo. Ora, o russo Mikahil Bakhunin e o alemão Karl Marx pertenciam ao mesmo movimento dos trabalhadores e defendiam as mesmas lutas socialistas, mas entraram em conflito quando chegou a dúvida: após a revolução operária, o que fazer com o estado, essa instituição que fora soerguida como sustentação da burguesia? O primeiro pensador defendeu a sua eliminação total, enquanto o segundo, a sua manutenção como instrumento de transformação.
A crítica é necessária e é sempre uma força dialética que alimenta a mudança transformadora. Aliás, essa foi uma herança hegeliana e kantiana de Marx; mas. para isso, é necessário o devido conhecimento das questões em curso; caso contrário, tal fala será algo inócuo e revelador de desconhecimento por parte do sujeito falante.
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