segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Relações Internacionais e Fragilidade Política

O que chamam de Direito Internacional não passa de frágeis acordos entre países, visando sanar dificuldades econômicas, políticas e culturais, comuns nas relações entre povos; uma área que não pode ser comparada a outras como o Direito Civil ou Penal, por exemplo. Esses acordos funcionam enquanto os dois lados se submetem a montagem de uma arquitetura de relações políticas, coagidos pelo pensamento de possíveis resultados catastróficos para suas economias. Durante toda a Idade Média, e parte da Idade Moderna, a política internacional, entre países cristãos, foi mediada pela figura forte do Papa que, após ouvir as partes, decidia. Com a Reforma da Igreja o poder papal se viu fragmentado e os conflitos aumentados, motivados por problemas religiosos, territoriais e econômicos intermináveis. Por isso desenvolveram-se as políticas de arbitragens e acordos internacionais, mas que não suportaram as forças de interesses dos países economicamente desenvolvidos. E os resultados foram as invasões napoleônicas que acabou alterando a política internacional em todo o mundo, as guerras de unificação e, posteriormente, as duas guerras mundiais. A grande prova que o Direito Internacional é frágil foi o que aconteceu naquilo que os historiados chamaram de Partilha da África e Partilha da Ásia; com réguas, compassos e transferidores as potências européias dividiram a África e a Ásia de acordo com seus interesses econômicos. O mesmo fizeram os Estados Unidos da América quando alertaram as potencias imperialistas pelo mundo afora que não tocassem no continente americano, afirmando a doutrina Monroe, o que ficou conhecido como pan-americanismo: “a America é para os americanos”. Na história recente os relatos não são diferentes, mesmo com a criação da Liga das Nações, de 1919, não se consegui evitar a Grande Guerra Mundial; ou, mesmo com a criação da Organização das Nações Unidas, durante a Guerra Fria, estadunidenses e russos invadiam povos e impunham suas políticas de acordo com seus interesses. Atualmente, mesmo com a negativa da ONU, os Estados Unidos invadiram o Iraque e impuseram o terror àquele país islâmico, matando milhares de civis. Que são importantes os tratados internacionais e todo o trabalho diplomático entre os povos, certamente que sim; são necessários, mas o que não se pode é ter a ingenuidade de pensar que as decisões tomadas pelos países são isentas e que os povos que ditam as regras pelo mundo a fora não o fazem visando o melhor para si.

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