segunda-feira, 1 de agosto de 2016
Filosofia: os Humanos e Seus Espantos
Os humanos são seres da filosofia porque necessariamente filosofam. Filosofam quando se deparam com o mundo que o cerca ou, quando se espantam consigo mesmos e procuram respostas, indagam-se qual a razão das suas existências e de todas as coisas. Perguntam sempre: por que algo existe? E o que não existe, por que não existe? Já se falou que a filosofia é autofágica porque a sua essência é a busca por respostas, mas - quando as encontra, elimina o sentido de sua própria existência, o questionamento.
Etimologicamente filosofia do grego Φιλοσοφία que, literalmente, quer dizer: amigo da sabedoria ou aquele que ama o saber; portanto é um estudo de problemas fundamentais que dizem respeito existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Por isso, nos tempos atuais, alguns insistem que o papel da filosofia é refletir sobre os mais variados setores dos conhecimentos e da vida humana em geral; mas, outros, que o seu papel é a criação e recriação, de conceitos.
Faz filosofia uma criança que, aos três ou quatro anos, vive a perguntar por que as coisas são do jeito que são; quando um adulto não a responde satisfatoriamente, ela pergunta novamente, “mas por quê?” Ela é apenas um ser da espécie humana que existe há apenas alguns anos e se espanta com consigo e com o mundo a sua volta e pergunta. Faz filosofia quando qualquer indivíduo busca respostas.
Nos tempos atuais se divide as ciências em química, física, direito, sociologia etc; e uma disciplina chamada filosofia. Na antiguidade, porém, todos os conhecimentos estavam agrupados no “amor ao saber”; o filósofo era aquele que busca o saber. De certa forma isso ainda é assim nos tempos atuais e pode-se dizer que a busca pelo saber – qualquer saber é o seu sentido.
No entanto, com as divisões e suas especialidades: alguns passaram a fazer perguntas sobre vida e se fecharam em uma disciplina chamada de Biologia, outros passaram a fazer pesquisas sobre os astros e criaram uma disciplina chamada de Astronomia. Outros se debruçaram sobre temas como a aplicação das leis em uma sociedade, outros sobre passaram a estudar os temas relacionados apenas a saúde, sobre a cultura e assim por diante.
O que resta a Filosofia? O que resta ao filósofo moderno, aquele que na modernidade quer levar em frente essa disciplina, aquele que ser pensar, ensinar, e escrever a respeito? Se não necessita que pense a Biologia ou de outra área, mas se faz necessário pensar o papel do atual biólogo, do físico, do médico, do jurista, de suas produções científicas e assim com todas as disciplinas que reivindicam para si o status de ciência. Aquilo que dissera Aristóteles, de que a gênese da filosofia está no espanto, permanece nos dias atuais; mesmo que se façam ciências e se achem respostas, continuam os espantos com o que se fazem e com seus resultados. E, assim, de forma interminável.
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