sexta-feira, 29 de julho de 2016
A Ciência, a Verdade e o Homem
Com o advento da modernidade e, com ele, o chamado, Período das Luzes, o conceito de ciência se moldou aos novos tempos e trouxe a noção de verdade a conjuntos de saberes, aglutinados em um dado objeto investigado através de métodos rigorosos. Durante muito tempo, intelectuais racionalistas – mas atingindo até o senso comum – acreditaram terem chegado a verdades absolutas.
A natureza, na sua totalidade passa a ser encarada como um grande livro a ser descoberto. Nele, o homem, com métodos rigorosos, conseguiria descobrir as suas verdades mais reclusas. Mesmo nos dias de hoje pessoas em geral, quando querem dar fé a um argumento, costumam alardear que tal ou tal afirmação já fora provada cientificamente.
Mas, como nada é para sempre – mesmo as verdades científicas Immanuel Kant, em 1787, na Crítica da Razão Pura, ensinou que existem as antinomias da razão, pontos na natureza que o homem, de forma alguma, poderá entender. Acontece que, na busca de entendimento, esse mesmo homem, um ser da razão, encontra paradoxos, cujas explicações são contrárias umas às outras e, por mais que busque, não encontrará solução.
Em algo parecido chegou Karl Marx, com A Ideologia Alemã: Crítica da Mais Recente Filosofia Alemã, de 1846, quando mostrou que aquilo que se pensa e se acredita pode não passar de apenas uma ideologia, um conjunto de ideias, resultado das relações sociais. Um pouco mais tarde, Sigmund Freud seguiu na mesma linha quando mostrou em seu livro, Interpretação dos Sonhos, de 1899, que o que se pensa é apenas uma parte da mente, o que ele chamou de consciente, e que, por vezes, é dominada pela outra parte, até então não conhecida, o inconsciente.
Nessa mesma época Max Planck propôs a Física Quântica, repensando o universo para muito além daquilo que as informações dos sentidos fornecem às pessoas; ou, da mesma forma e, na mesma época, mas seguindo outra linha, Albert Einstein trouxe ao mundo as suas ideias da Teoria da Relatividade. Percebe-se então, que o grande livro da natureza, por mais que se brade pelos quatro cantos, não é de tão fácil leitura.
O homem é sim um ser da ciência, assim como um ser da filosofia e um ser da arte, setores do conhecimento que dão respostas à razão da sua existência. Foi com a ciência que ele fez as inúmeras descobertas, importantes e necessárias para a sua vida, ao longo da história. Entretanto, dois pontos precisam ser levados em conta; um: não há verdade absoluta que não se possa mais buscar outras respostas; dois: os conhecimentos produzidos precisam dar respostas às necessidades humanas na sua totalidade; não de alguém ou de um grupo.
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