segunda-feira, 25 de julho de 2016
Educação: Escola e Família
Atualmente parece consenso pelo mundo a fora que a solução para as sociedades que esperam resolver seus problemas políticos, econômicos e sociais seja a educação. Alguns até estabelecem uma relação direta entre a construção de escolas e a de presídios como se os governantes tivessem que optar de imediato, nesse sentido, sobre quais os caminhos a seguirem. Certamente que a solução para as sociedades subdesenvolvidas é a educação; entretanto, é preciso que se pense: o que é isso, a educação?
O primeiro embate é no estabelecimento da diferença, ou semelhança, entre aquilo que os pais fazem, em relação aos seus filhos, e o que se pratica nas escolas. Se os professores são educadores, alguns pais entendem que a educação deve vir, primordialmente, da escola; por outro lado, se a criança tem pais e tem casa, alguns professores entendem que a educação deve vir primordialmente de casa. E assim por diante.
Ora, é preciso que se pense a diferença entre o conceito de ensinar e o de educar; nesse caso, explicitando a correlação entre a educação que se espera ser realizada na escola e a que se espera vir de casa. Certamente que as duas instituições – casa e escola - são fundamentais na formação do indivíduo, mas o que não tem sido claro são as suas funções, enquanto ações racionalizadas visando preparar o novo indivíduo para a sociedade.
As funções da escola estão divididas entre o ensino das variadas ciências, das artes e dos ofícios, e a educação no sentido da formação social do indivíduo pensando os seus valores. Acontece que é na casa que o indivíduo surge como ser do mundo e que as personagens encontradas são as responsáveis pelos seus primeiros contatos com a sociedade; é ali que se dá ao novo indivíduo (ou deveria dar) as primeiras instruções de existência, de normas morais, de valores; é ali que se deve ouvir os primeiros sim e os primeiros não.
À escola cabe, além das ciências, das artes e dos ofícios, um segundo passo – porém não menos importante. A escola deve mostrar ao indivíduo que, além da família, o mundo é formado por uma sociedade mais ampla e complexa, que ele vai ter de conviver com pessoas muito diferentes e que é apenas mais um. Cabe a instituição escolar mostrar, mais profundamente, que existem limites nas relações dentro dessa sociedade, agora mais ampla e que algumas coisas lhes são lícitas, aceitas pelo grupo, mas que outras não.
A educação é sim um rico instrumento de elevação das sociedades, desde que mostre a esse novo indivíduo que as suas as ações devem ser livres, criativas e transformadoras, porém que nunca venham ferir os interesses do grupo.
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