quarta-feira, 5 de julho de 2017
América do Sul, Um Território a Ser Descoberto
Os países da América do Sul têm suas particularidades e semelhanças, mas vivem afastados por uma barreira que remonta os tempos da colonização. Se por um lado os povos partilham um mesmo espaço continental, contam com as mesmas origens ibéricas, africanas e indígenas, com isso vivem, mais ou menos, a mesma miscigenação, por outro, pouco se relacionam ou se conhecem. Pouco ou nada sabem um do outro e, quando sabem algo, são visões distorcidas e preconceituosas.
Culturalmente, economicamente e politicamente estão todos com suas costas viradas uns para os outros e suas frentes voltadas para países europeus ou norte-americanos. E tentam se comparar e, alguns a se igualar, a países como França, Alemanha ou Itália etc.
Um país sul-americano como a Venezuela, por exemplo, tem muito para mostrar aos seus vizinhos, como o berço heróico de líderes como Simon Bolívar ou José Antônio de Sucre, grandes responsáveis pela independência dos países de colonização hispânica; assim como o Peru que tem para mostra mostrar a história de Tupac Amaru (o índio rebelde) ou Atahualpa, o último imperador inca e as antigas construções pre-colombianas.
Da mesma forma, a Argentina com a figura icônica do casal tão lembrado, cantado em versos e provas, Juan e Evita Peron, ou o revolucionário Ernesto Guevara, o Chê, assim como Carlos Gardel e seu tango, admirado em todo o mundo como uma dança sensual e encantadora. Pôde-se falar ainda das lutas chilenas dos anos 70, o assassinato de Salvador Allende, líder popular, à frente da construção de uma sociedade mais justa em se país; assim com a efervescência intelectual da Colômbia e o seu escritor maior, Gabriel Garcia Marques, prêmio Nobel de Literatura com o livro Cem Anos de Solidão.
O Paraguai, por exemplo, um país central, com características peculiares, tanto da parte de seu povo, quanto de sua história, seus conflitos e da sua geografia, é desconhecido pelos mesmos sul-americanos que tudo sabem sobre os Estados Unidos, sobre a Inglaterra, sobre Suíça e até sobre a distante Nova Zelândia. O que se sabe, quando muito, é que é um país localizado no centro da América do Sul, que tem como língua pátria dois idiomas, o Espanhol e o Guarani, mas toda a beleza da sua cultura - música, teatro arquitetura - passa despercebida.
Ora, integração dos povos é a tônica necessária nos tempos atuais. Necessária porque se as pessoas precisam umas das outras dentro de uma mesma sociedade, muito mais entre as sociedades. A relação entre os povos deve ser vista como forma de auto-afirmar-se em seu próprio espaço, porque um povo só se firma em seu território quando se relaciona com os povos das imediações: na compra e venda de seus produtos, nas trocas de informações, de experiências e interações culturais. Nenhum povo pode se pensar como ilha ou voltado apenas para outros continentes que não o seu.
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