quarta-feira, 12 de julho de 2017
Combate à Violência
A violência é um tema recorrente nos noticiários de jornais e televisões, redes sociais, grupos de amigos e demagogias de candidatos a cargos eletivos, sempre com posições de espanto e soluções de maior repressão policial. Noticia-se as situações dos presídios, as estratégias dos marginais, as balas perdidas, os novos esquemas de segurança, as apreensões de drogas, a morte de policiais etc.
Se as discussões pairarem por essa pauta não se vai chegar ao pensamento necessário de diminuir a violência a níveis aceitáveis para uma sociedade que pense em dignidade. Discutir violência morte de policiais, tráfico de drogas, formação de quadrilhas e balas perdidas, em nada ajuda no combate à violência. Alguns chegam a se perguntar, "quando é que se vai acordar para a situação que estamos chegando?"; mas o que será esse acordar? Acordar para fazer o que?
O entendimento da violência é mais complexo do que se pode imaginar; é um fenômeno autônomo em si, mas que - ao se implantar - não dá autonomia aos seus agentes. É um fenômeno que não é fruto unicamente de um instinto maléfico, de uma vontade autônoma, ou de uma condição ruim por natureza, mas se assenta nesses seres, ditos racionais, que, por hora, reagem irracionalmente diante de situações adversas, ou por não terem a capacidade de perceber a complexidade de um todo em que estão envolvidos, ou por uma ira que lhe altere a estrutura neurológica/cerebral.
Ninguém nasce mau-caráter, assim como ninguém, de bem com a vida, feliz, de uma hora para outra resolve ser bandido e viver à margem da sociedade. Não, tudo caminha dentro de uma sequência natural de fatos que se desencadeiam de acordo com as oportunidades.
Para entender a violência é preciso, acima de tudo, entender os enlaces que ocorrem em uma sociedade, os seus conflitos, divisões sociais, relações econômicas, instituições e toda a capacidade de organização. Mas é preciso entender também uma combinação imbricada entre o social e o biológico que se completam, se eliminam e se alteram resultando em uma estrutura de personalidade que pode estar mais ou menos suscetível ao crime, a evitar ou não uma vida de delituosa.
É preciso que entenda: combater esse fenômeno implica em uma alteração substancial em toda a ossatura da sociedade, caso contrário não haverá força policial, cerca elétrica, centenas de viaturas e prisões que estanque a violência.
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