quarta-feira, 19 de julho de 2017
O Turismo e o Conhecimento do Outro
Os animais se deslocam em pequenas e longas distâncias como característica natural, uma relação que estabelece com correntes as aéreas e marítimas, assim como também com o clima e os frutos de cada região. Os humanos, da mesma forma, se deslocam em pequenas e longas distância, desde os primeiros tempos de suas, em uma relação ainda mais complexa, com o meio natural e com os demais grupos de outros indivíduos.
No caso humano, é preciso estabelecer os seus deslocamentos em espaços de tempo diferentes, já que o que motivava na pré-história, ou na antiguidade, não é mais exatamente o que motiva na modernidade. Há cerca dois milhões de anos surgiram os primeiros agrupamentos de humanos, sempre em um contínuos deslocamentos a procura de alimento e/ou em rota de fuga de seus adversários.
Na antiguidade os motivos eram as invasões inimigas, ou a procura de terras férteis, ou rotas comerciais, onde pudessem desenvolver algum tipo de agricultura e onde pudessem comprar e vender suas mercadorias para outros povos. Já no período medieval, além de tudo que se diz da antiguidade, tem-se fortemente os motivos de ordem religiosa impondo militarmente, uns aos outros, suas concepções de sagrado.
Por fim, na modernidade, juntaram-se todos os motivos apresentadas aos outros períodos e se acrescentou o turismo, um motivo que tem como base apenas o conhecimento de uma cultura diferente, estranha à sua, o inusitado. Nesse caso, bastante diferente dos demais períodos, não acontece na totalidade de um povo, mas sempre em pequenos grupos, individualmente, em duplas ou em trio.
Todo deslocamento populacional é conflituoso, já que as pessoas além de levarem, nas suas bagagens os seus bens de uso, levam também sua cultura, sua ciência, sua moral e sua religiosidade. No caso do turismo não chega a ocorrer algo que possa ser chamado de conflituoso, mas impactante, sempre; isso porque o turista é aquele que viaja sem motivo maior que a busca de conhecer o outro; o viajante estará de alma aberta esperando o diferente.
Mesmo que o turismo seja por motivo religioso, científico, a negocio, ou outro, motivados por elementos a mais que conhecer apenas uma nova cultura propriamente, o diferente será sempre alguém aceito, tanto por aquele que chega quanto pelo que recebe. Uma outra característica daquele que se desloca na modernidade, dentro do gênero turístico, e talvez esteja aí o motivo da paz de espírito, é que o deslocamento ocorre com datas marcadas; o indivíduo sabe a hora de partir, quanto tempo vai ficar fora e a data de retorno.
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