quarta-feira, 15 de junho de 2016

A Família, a Escola e a Educação

Duas instituições fortes, centrais na formação cultural do indivíduo, a família e a escola têm-se caracterizado, nos últimos tempos, pelo confronto no que diz respeito aos seus papeis frente a educação. No meio do embate está a criança, ou o jovem, um indivíduo em formação, querendo ainda se afirmar frente a tudo que se depara na sociedade. A família surgiu quando os primeiros grupos humanos passaram a se identificar a partir de laços de parentescos e, com eles, suas ancestralidades: pais, avós, tios, irmãos e assim por diante. Nesses tempos, ditos de pós-modernidade, a ancestralidade original perdeu força com o surgimento de novos tipos de relações conjugais e as possibilidades de adoções. Mesmo assim, um ponto central se manteve no seio da família que, enfim, é o conceito que a define: a proteção, o aconchego e a educação. Do outro lado está a escola, uma instituição que se firmou com um papel fundamental: o de passar para os mais jovens os conhecimentos acumulados ao longo dos tempos, bem como valores sociais. Nos primórdios dos tempos essa tarefa da escola fora feita também pelas famílias, mas que nos tempos atuais não se aceita a possibilidade de o estado não a oferecer, através da escola, para todos, e sempre com o acompanhamento da família. O confronte se dá em cima do conceito de educação. Se por um lado os membros da família pensam que a escola é que deve fornecer, por outro, a escola espera que essa educação primeira deva vir de casa. Acontece que na luta para ganhar a vida, a família é levada a correr atrás dos seus afazeres sem destinar algum tempo para seus membros e a escola, sucateada pelo estado, faz o que pode, e isso não é muito. As famílias mais abastadas recorrem às escolas particulares. No entanto, essas vivem sob a égide do mercado e, dependendo da educação que se quer para o filho, pode ser uma alternativa. Mas, virando nicho para as gôndolas do mercado, a sociedade formará líderes mecanicistas, insensíveis e não criativos e uma leva imensa de trabalhadores sem muita alternativa de vida e uma lista imensa de marginais. O papel da família é educar, tanto quanto o papel da escola é educar. A família deve ter como preocupação a orientação do indivíduo na sua vida privada, no amor próprio, no respeito aos pais, aos avôs, aos irmãos etc. Cabe a escola ensinar os conteúdos ao qual se propõe além dar a continuidade a uma formação para a vida pública, de respeito ao outro que, mesmo estranho, estão juntos por uma causa comum: os professores, os serventes, os colegas etc.

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