segunda-feira, 20 de junho de 2016

A Tecnologia, os Homens e os Livros

As transformações tecnológicas vividas pela humanidade nessas ultimas décadas deixa a todos bastante apreensivos a se perguntarem, até onde vão todas as novidades e como serão as relações das pessoas entre si e com as novas máquinas. Entre essas novidades figura o velho e bom livro, um instrumento de transmissão de ideias, cultura e arte estaria prestes a desaparecer, já que algumas pessoas só consideram como tal as brochuras, costuradas ou coladas. Diante das mudanças tecnológicas suscita uma discussão sobre o que se entende por livro, esse instrumento que acompanha o homem por toda a história da civilização. Isso porque, desde os tempos mais remotos, com a invenção da escrita, as populações passaram a registrar suas atividades contábeis, as façanhas de reis e príncipes, suas guerras e aproximações com os deuses. Arqueólogos encontram a todo instante, tabuletas em terracota descrevendo o modo de vida, leis e historia das civilizações mais antigas; seriam esses os primeiros livros? Os historiados registram que por volta do século 3 aC, na cidade grega de Pérgamo fabricavam-se o que seria chamado de pergaminho: um instrumento a base de couro de ovelha, recortado, emendado e enrolado em um cabo, onde se escreveram os primeiros textos filosóficos e científicos. Foram nesses livros que Homero escreveu a Ilíada e a Odiséia e onde Aristóteles desenvolveu seus textos hoje imortalizados. Mas, um pouco antes, registra-se que os egípcios fabricavam um material conhecido como papiro e que era destinado às anotações. Bem mais tarde, já na Idade Média ocidental, depois de conhecerem na China a invenção do papel, os europeus fabricaram os seus primeiros livros em forma de brochura, espécies de cadernos costurados um ao outro, formando um único volume. Os livros eram imensos, manuscritos, com letras que mais eram obras de arte; por isso, nas bibliotecas, alguns eram presos a mesa para não serem roubados. No limiar da modernidade, com a invenção da imprensa, as brochuras passaram a ter textos impressos, o que a popularizou por toda a Europa e, com as navegações, por todo o mundo e o acesso a leitura foi cada vez mais facilitado. Nos tempos atuais, os livros passaram a ser publicados também em forma virtual, vendidos, ou distribuídos gratuitamente, nos formatos mais variados para serem lidos no computador, no tablet, ou no telefone celular. Portanto é preciso que se diga: as mudanças tecnológicas mudam os caminhos, mas as necessidades humanas de produzir conhecimentos, registrá-los e publicá-los continuam; ou seja: a tecnologia chegou, mas os livros não desaparecerão.

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