sexta-feira, 17 de junho de 2016

A Felicidade

Muitos pensadores dedicaram boa parte de suas vidas definindo a natureza, o tipo de comportamento, ou forma de vida que levaria à felicidade e sempre perceberam, ao final, que o homem a procura por toda a sua vida e faz disso a razão de sua existência. Para alguns é impossível ser plenamente feliz, de forma duradoura, mas apenas pode-se atingir alguns picos ou, então, a sua plenitude se encontra somente quando se eliminam as vontades. Os antigos gregos usavam a palavra eudaimonia (εὐδαιμονία), um termo que literalmente significava o estado de ser habitado por um bom daemon (um gênio bom). Assim, o pensador da antiguidade, Epicuro, propôs o hedonismo, a autonomia humana de se balizar pela busca por um prazer mais intenso e duradouro: nesse caso, deve-se agir de forma regrada, buscando sempre a justa medida. Atualmente, para as emoções associadas à felicidade, os filósofos preferem a próprio termo e, em geral, usam-no também como sinônimo de prazer, ou de regozijo e sempre o fazem no sentido de satisfação dos desejos. Na verdade, o termo é de alta complexidade e, por isso, difícil de defini-lo com rigor, bem como de estabelecer uma justa medida. A complexidade se deve a um entrelaçamento com outros conceitos entendidos como opostos: o sofrimento, a ansiedade, o cansaço etc. Parece estranho, mas esses dois sentimentos, felicidade e sofrimento, podem aparecer lado a lado como complemento um do outro; isso quer dizer: é possível sofrer fisicamente para, com isso satisfazer alguém, ou alcançar intento qualquer e, assim, ocorre uma mistura de sofrimento e felicidade Aliás, os humanos vivem a dicotomia felicidade-tristeza, como dois pólos antagônicos, mas ligados por um fio que os une; e, entre eles, transitam as mais variadas experiências humanas como o medo, a frustrações, a ansiedade, a decepção, entre outras. Algumas dessas experiências posicionam-se mais para um lado e, outras, mas para o outro, enquanto algumas transitam, integralmente, entre um pólo e outro. A noção de céu e inferno, própria da cultura ocidental, assim como os textos A República, de Platão, o Horizonte Perdido, James Hilton, o conceito de ditadura do proletariado, de Marx, entre outros, parecem descrever a eterna angustia humana na busca pela felicidade. Isso porque, o que move a história de um indivíduo, deve ser pensado pela sua luta para alcançar uma vida de satisfação, para aumentá-la, ou mesmo para fugir de uma vida de sofrimento.

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