segunda-feira, 27 de junho de 2016
Direita, Volver!
Por trás da noção política de direita e esquerda há uma complexidade que a torna muito difícil de tratar e, por vezes, além dos conhecimentos daqueles que a sustentam comumente. E, para dificultar ainda mais, depois da queda do muro de Berlim (1989) aqueles que defendiam noções que se podem considerar como direita passaram a sustentar que tais definições eram antiquadas e que, daquele momento em diante, não se poderiam mais considerá-las.
Posteriormente, com o crescimento das imigrações, causadas pelos conflitos políticos mundo a fora e o conseqüente aumento da xenofobia, algumas pessoas passaram a se assumir como tal. O motivo das acusações do termo como ultrapassadas deve-se ao incômodo acarretado pela carga negativa, originada na Segunda Guerra, com as atitudes direitistas de Adolf Hitler e Benito Mussolini; e, por isso mesmo, a relação direta que se faz na Ciência Política entre a posição de direita e a ideologia fascista.
Isso porque é uma posição política que se fundamenta inicialmente num conservadorismo da não aceitação de mudanças sociais, mesmo as mais necessárias e urgentes para a sua população. Qualquer avanço social é visto como perigoso. Em cada época certas mudanças são vistas como prejudicial para o bem viver, dentro da moral e dos bons costumes: um dia, foram às leis trabalhistas ou os direitos das mulheres e, hoje, os direitos dos homoafetivos, a legalização do aborto etc.
Para isso, os indivíduos direitistas se posicionam em cima de um nacionalismo extremado que prejudica as relações internacionais, se elevando ao ódio pelo estrangeiro. De modo que quando alguém, que defende tal ideologia, conquista o executivo, vai direcionar, inicialmente, suas energias por controlar ou eliminar o parlamento, emparelhar o judiciário e, a partir de então – dentro do que se chama de estado totalitário – iniciar uma série de retroação de leis e políticas sociais.
Caso, tal parte da população não consiga implementar um governo fascista, as ações serão esparsas e mais difíceis, mas – por vezes – eficientes, se contar com apoios importantes da sociedade civil organizada, assim como setores da imprensa, ou partes do judiciário, do ministério público, da igreja ou das forças armadas etc. Se as ações fascistas são extremas, a população não deve ser estabelecida como culpada, tendo em vista que é alimentada pelo medo do diferente, do estranho e que, por vezes, acaba votando e lutando contra os seus próprios interesses.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário