segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Filosofia

Mais do que uma ciência, ou uma disciplina acadêmica, a Filosofia é uma necessidade humana diante da perplexidade tanto de si, quanto das suas relações, seu conhecimento e suas formas de comunicação; enfim, é o estudo dos problemas fundamentais relacionados a conceitos como: existência, verdade, valores, mente e linguagem etc. Alguns preferem que filosofar é refletir sobre todos esses temas descritos e, outros, que é elaborar e reelaborar tais conceitos. O termo foi originado no Grego antigo, Φιλοσοφία, que quer dizer “amigo da sabedoria” ou o “amor pelo saber”. Ao abordar esses problemas, a Filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentos racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas científicas por não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Nos tempos de crise é o filósofo aquele que percebe os desajustes sócio-políticos, o predomínio econômico sobre o social e todo o arco de incongruências dentro das relações humanas e, por isso, são perseguidos em suas pessoas, em seus escritos; bem como a própria disciplina como necessária na formação dos jovens. Nos seus momentos iniciais da Filosofia, ainda nos tempos da Grécia antiga, Sócrates foi condenado a pena de morte por seus ensinamentos, acusado de blasfemar contra os deuses e de corromper a juventude e, ao longo da história, muitos pensadores foram perseguidos e até mortos por reis, príncipes, chefes de igrejas e presidentes quando questionaram o pensamento oficial. Acontece que entre seus métodos estão a argumentação lógica, a análise das experiências de pensamento e o estabelecimento das relações com outros métodos tornando a Filosofia um saber abrangente buscando no particular a totalidade. Sob seus fundamentados são desenvolvidos os mais diversos projetos educacionais e as mais diferentes pesquisas acadêmicas, bem como embasa consultorias a instituições científicas, artísticas e culturais. Tudo isso faz com que alguns indivíduos que se assentem ao poder vejam-na como uma disciplina perigosa, um conjunto de conhecimentos elaborados por seres pervertidos que devem ser cerceados em seus pensamentos. Isso porque numa sociedade que privilegia o mercado, o consumo e a ostentação o “saber fazer” é o que importa, não o “por que fazer”. Mas mesmo perseguida a Filosofia terá sua sobrevida nos livros, mesmo proibidos ou nos porões escuros da clandestinidade enquanto for um elemento fundamental diante da perplexidade da existência. Quer dizer: a Filosofia não morre, a não ser quando morrer o último homem.

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