segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

História, Rumos e Retornos

Uma análise dos rumos que as sociedades seguem, nesse início do século 21, dá conta de que a humanidade segue, agora, com características muito próximas daquilo que já fora outrora. Percebem-se nas sociedades pelo mundo a fora, pessoas comuns – homens e mulheres - defendendo pensamentos muito próximos do que já se defendeu um dia; e governos autoritários, cujos discursos se imaginavam terem sido encerrados há mais de um século, voltam aos palanques e, mais uma vez, atraindo multidões aguerridas e fanáticas. Interessante que duas décadas se passaram desde que um nipo-estadunidense, Francis Fukujama, publicou o livro O Fim da História e o Último Homem, seguindo uma linha filosófica de história próxima de Hegel, propondo que os humanos chegavam, a época, ao fim da história com a economia dos Estados Unidos e sua política liberal. Nada mais seria verdadeiro. Todos os sistemas econômicos, políticos e sociais se encerrariam ao estágio que chegaram os Estados Unidos da América. Nos últimos anos Fukujama tem dado entrevistas admitindo que estava errado e que a humanidade não chegara ao fim da história. O que o escritor nipo-estadunidense não percebia, e que nos tempos atuais tudo fica mais claro, é que a história segue um encadeamento que não vai se dar como se fosse uma seqüencia lógica, necessária, em que tudo, num fim determinado, se encerra; uma visão de começo meio e fim. Não. A história segue, retrocede, se repete, dá meia volta, camba para um lado, camba para outro e vai em frente. Os governos totalitários da primeira metade do século 20 e todos os relatos de prepotências e barbáries, não foram os únicos até então e nem poderiam ser os últimos; da mesma forma como os governos aclamados como democráticos, suas fragilidades e quedas. Ora, desde o fim do positivismo não se levou mais a sério a ideia de a história seguir um caminho inevitável, um determinismo. É aí, portanto, que reside a importância do conhecimento não só da história, mas também da historiografia: os fatos ocorridos e a dinâmica em que os fatos ocorreram. Dessa forma, a história ensina. Por isso, é preciso que se fique atento aos retornos que os fatos, em seus encadeamentos, e os sistemas seguem e às conseqüências desses retornos, o que ocorreu e o que pode novamente ocorrer.

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