segunda-feira, 24 de abril de 2017
Os Homens e a História
Uma complexidade muito grande cerca o entendimento do conceito de história; primeiro porque essa pode ser entendida como o percurso da existência dos humanos no planeta Terra, mas também pode ser pensada como ciência, comprometida com um objeto definido, metodologia, produção bibliográfica e um conjunto de outros pontos necessários. No entanto, como o seu entendimento não tem a pretensão de verdades absolutas, as interpretações correm soltas por aqueles que pisam e repisam sobre definições de objeto, de métodos científicos e dão os seus palpites a respeito de fatos vivenciados.
Por outro lado, é preciso pensar o uso inadequado da história, voluntariamente, quando se tenta provar algo do presente com ocorrências já vividas. Nesse caso, surge um grande problema de cunho histórico e historiográfico: as interpretações são feitas a bel-prazer daquele que quer dar fundamentos de verdade às suas ações, ou ações que visam a sua defesa. É comum que as pessoas distorçam fatos, mudem datas, acrescentem ou tirem pontos, criem dados falsos, mas que – assim - se aproximam daquilo que querem dar credibilidade.
Nas guerras e conflitos gerais entre os povos, governantes se perdem com a preocupações em narrar fatos contrários ao seu adversário, enfatizando fatos a seu favor; há quem afirme que, numa guerra, o primeiro que morre é a verdade. Portanto, no fim do conflito, quem conta a história é o vencedor; e aí se elimina um mito muito comum entre grupos de historiadores que falam em “história dos vencidos”. A história é a história; são fatos. Mas seus relatos sempre foi o dos vencedores.
Surge então, outro ponto importante: se o vencedor de um evento fosse esse e não aquele, como seria o mundo de agora? Mas a história não tem "se": os fatos ocorrem ou não ocorrem. Perguntas que se fazem: se Hitler tivesse vencido, como seria o mundo hoje?, se o Brasil ainda fosse monarquia, a economia seria melhor?, se não fossem os portugueses a descobrir, o País estaria desenvolvido? Ou, se Getúlio não tivesse cometido suicídio, o golpe dos militares não teria acontecido?
São questões que não possuem sentido fundamental porque são linhas imaginárias. A história é concreta, construída por homens e mulheres, na mesma medida que essa também foi sua construtora em luta pela existência. A complexidade e o mal entendimento da história leva ao seu mal uso, a práticas desconectadas com os fatos, portanto errôneas; essas práticas errôneas levam de novo ao mal entendimento, à complexidade e assim tem-se caminhado por longos anos.
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