segunda-feira, 26 de junho de 2017
Cinema: a Arte, o Lucro e a Política
Considerado como a sétima arte, o cinema surgiu na virada do século XIX para o XX, num espaço muito curto de tempo se integrou à sociedade moderna e fez história. Para muitos, o seu surgimento provocaria a inevitável decadência do teatro e do mundo das artes dos palcos. Não foi. Os grandes espetáculos teatrais, de dança e de música permanecem fortes, mais de cem anos depois do seu surgimento.
A arte cinematográfica mostrou a que veio com grandes obras aclamadas em todo o mundo, como Tempos Modernos, de Charles Chaplin, Noites de Cabíria, de Federico Fellini, Benh-Hur, de Willian Wyle, ou Veludo Azul, de David Lynch, e mesmo no Brasil, com Terra em Transe, de Glauber Rocha. O mesmo foi dito quando surgiu a televisão; seria o fim do cinema, já que as pessoas não precisariam mais sair de casa para uma ver uma projeção. Não foi o que aconteceu.
A verdade é que o cinema veio pra ficar e se multiplicou em gêneros que vão das grandes comédias, pantomimas e romances, aos filmes de grandes explosões, de mocinhos e bandidos, mostrando o presente, o passado e se projetando para o futuro. Em todas as cidades e vilarejos - nas décadas que vão de 40 a 70 do século passado - além de uma igreja, um salão de dança e um ponto de comércio, havia um prédio onde acontecia o cinema. Na virada do século o espetáculo cinematográfico saiu das ruas e foi para os “shoppings”; os seus prédios foram ocupados por igrejas pentecostais.
Para alguns, o cinema deve ser pensado como uma produção em massa, objetivando arrecadar milhões em bilheterias – aliás, essa tem sido uma das áreas de investimento lucrativo, para outros, é um objeto serio da mais pura arte, com um modo de expressar que leva em conta o enquadramento da câmera, os efeitos especiais, a interpretação dos atores, o texto, a sonorização etc. Ainda para outros, esse é um instrumento poderoso de luta política com intervenções diretas nas relações sociais, com esclarecimentos, tomadas de posição e/ou propaganda ideológica.
Nos últimos tempos, com o barateamento dos equipamentos eletrônicos e o advento da internet, essa expressão artística passou a tomar novos rumos, de modo que continua a ser cinema, mas com uma democratização tanto da produção de novos trabalhos, quanto da distribuição. Há muito tem deixado de ser um fenômeno exclusivo de grandes centros urbanos, pelos países a fora, para ser uma possibilidade concreta de centros comunitários e de produções independentes de jovens cineastas.
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