quarta-feira, 7 de junho de 2017
O Homem e o Tempo
O Homem é o Tempo
Os humanos são possuidores de consciência, uma atuação da estrutura cerebral que dá condições de percepção e reflexão do que acontece sequencialmente consigo, com o mundo à sua volta e da relação sua com os demais seres. É essa consciência, portanto, que o faz perceber as mudanças que seguem do surgimento a encerramento de tudo que existe. Isso o assusta, mas o instiga a entendê-las e a buscá-las mais dando-lhes o nome de tempo.
O interessante é que, de posse dessa tal consciência, as várias civilizações criaram formas diferentes de medir a duração das coisas, do seu começa ao seu fim, como se todas pudesse ser comparadas. Os ocidentais,por exemplo, dividiram essa duração em segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, séculos, milênios e suas frações, enquanto árabes, chineses e indianos criaram outras maneiras.
Povos antigos falavam em um tempo circular, sem relação entre uma noção de antiguidade e de contemporaneidade, tudo permanecia do mesmo jeito, repetindo periodicamente, passando pelo estágio que já fora passado. O Ocidente, e seus calendaristas, quando calculou como ano zero a data de nascimento do seu Deus - antes da sua vinda e o depois de sua vinda; como esse mesmo Deus disse que voltaria, tinha-se agora um novo ponto nessa linha e uma direção por onde se seguiriam as marcações do tempo.
Certamente que com essas marcações puderam-se estabelecer precisos comandos políticos e militares, o regramento de complexas organizações burocráticas e uma infinidade de usos técnicos e científicos. No entanto, por mais que se utilizem, e aparelhos as meçam milimetricamente e por mais que se falem da possiblidade de ir para frente ou para traz, essas demarcações não passam de construções lógicas, sistema auxiliar da consciência; ou seja: um instrumento da racionalidade humana.
Por isso há uma diferença na percepção das passagens de instantes entre as pessoas, dependendo da idade: dez anos para um velho não é algo tão longo e tudo passa tão rapidamente, mas é uma eternidade para o menino, já que tudo demora tanto. Isso também explica, por exemplo, a sua não percepção durante os períodos de sono diferente da vigília.
Por fim, quanto mais racionalizada for uma sociedade, mais obediente será a uma pontualidade cronométrica, já que não consegue se desviar de uma mediação, uma condição social que lhe é imposta. Portanto, esse fenômeno, chamado tempo, não existe no espaço e, nem mesmo no tempo (se é que se pode pensá-lo tal), mas como percepção da consciência.
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