Mas essas premissas não podem ser aceitas simplesmente, sem qualquer consideração a respeito. Aliás, considerações que podem fazer toda a diferença. Não basta que se leia, precisa que se leia algo que acrescente, algo que faça refletir sobre o meio em que se vive para que se torne agente eficaz e autônomo.
As armas não matam, assim como as flores não trazem a paz, bem como os livros não acrescentam algo a aquele que usa simplesmente por ser livro. Tudo depende da intensão e do conteúdo posto. São as pessoas que matam, assim como a paz se consegue com respeito ao outro; da mesma forma, é o conteúdo do livro que acrescenta algo ao que lê e não um monte de letras impressas em papéis encadernados.
Alguns títulos postos nas gôndolas das livrarias - Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas; O Poder do Agora; Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes etc. - são textos feitos não objetivando aquele que lê, mas o retorno financeiro possível para aquele que escreve. São resultados da vontade de explorar um nicho de mercado que o sistema capitalista oferece.
Da mesma forma títulos como Mentes Tranquilas, Almas Felizes; Cuidando do Corpo, Curando a Mente etc., são textos postos no mercado tendo em vista o medo, o rancor e as frustrações das pessoa no dia a dia. Como são textos fáceis, lúdicos, cheios de ministérios, pensados na satisfação do cliente - por isso não exigem uma formação básica - e, como todos afirmam, uníssonos, de que é preciso ler, os mais desavisados caem nessas leituras.
E assim, um livro técnico é deixado de lado, da mesma uma literatura exigente e provocativa que exija algo do leitor fica de lado sob a acusação de complexa, de difícil ou coisas dessa natureza. Ora, se a leitura é importante para o indivíduo, da mesma forma que para a sociedade como um todo, é preciso que se pense na leitura: que livro é esse que se apresenta? Quem é o autor, o que quer com esse texto? Que relação estabelece com a sociedade e o mundo à sua volta?
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