quarta-feira, 18 de maio de 2016
Brasil, Golpe e Corrupção
Para analisar o Brasil é preciso levar em conta dois fenômenos da sua história: primeiro, o País tem uma sociedade formada por classes bastante distintas, originadas em uma distribuição de renda muito desigual; segundo, o seu povo não o assume dignamente, como um lugar que é seu. As pessoas mais abastadas, quando viajam à Europa ou América do Norte, fotografam-se diante de estátuas, pontes, prédios públicos e da organização e limpeza desses lugares, mas – de volta às suas terras – dão as costas para qualquer política governamental que valorize a educação, a saúde, o saneamento, a arte, acultura, a casa própria e toda a dignidade às pessoas mais humildes.
Em 1954 Getúlio Vargas promulgou a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e deu início a siderurgia nacional e a extração do petróleo brasileiro; por isso, sofreu um golpe que o levou a atirar contra a própria vida; em 1964, João Goulart propôs uma série de reformas de base que levavam em conta mudanças educacionais, fiscais, políticas e agrárias, mas que sofreu um golpe militar cruel e devastador. Ora, o que vem acontecendo recentemente, não é diferente: o governo Lula começou um resgate da dignidade às pessoas mais humildes, investindo em moradias populares, saúde para todos e expandindo a educação, não foi aceito, mas suportado; em 2016, o governo Dilma deu continuidade a esse resgate e está sofrendo um golpe.
Acontece que uma determinada parcela da sociedade que se considera elite, superior às demais, prefere continuar a enaltecer os países estrangeiros e até ir morar para lá quando puderem, não aceitam que se faça no seu próprio país, as reformas básicas que os franceses, os alemães, os italianos, os estadunidenses ou os canadenses, já fizeram há cem ou duzentos anos. Dilma Roussef não foi vítima de pessoas corruptas em seu governo (comprovadamente os governos de Fernando Henrique, Itamar Franco, José Sarney e os militares, tiveram mais corruptos), mas da desaceleração da economia mundial e dos grupos internos que não querem melhores condições para as pessoas excluídas: o jovem que luta para entrar ou se manter na faculdade, a doméstica que quer os seus direitos como trabalhadora, ao homossexual que só quer ser respeitado como tal, ao negro que também quer ser valorizado e respeito a sua cultura, à mulher que apenas quer os mesmos direitos que os homens e ao pequeno assalariado que luta por melhores condições de vida.
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