segunda-feira, 16 de maio de 2016
O Povo e Seus Homens Públicos
No Brasil, há alguns anos, um esportista, que depois virou ministro do Esporte, citou uma frase que viria explicar algumas das situações vividas pelo País nos últimos anos: “todo povo tem o governo que merece”. Certamente que ele se referia aos condutores do Estado e que os governos que passam a todo instante, também fazem parte. Entretanto, deve-se levar a máxima também aos deputados, governadores, senadores, juízes, promotores, ministros e a todos os condutores da burocracia estatal.
Acontece que se pode estabelecer uma relação direta entre a parcela responsável pela condução do estado e o restante da população. Nenhum membro do Supremo Tribunal Federal, ou do Senado Federal, ou dos governos estaduais é um ser vindo de outro planeta, sem nenhuma relação com a sociedade, e pairou no planeta Terra sem saber como. Não, todos são filhos e filhas, irmãos e amigos de brasileiros, vindos de famílias brasileiras, com erros e acertos do povo de um modo geral.
Os concursados estão a frente do Estado, sem o aval do voto da população, mas com a legitimidade do concurso público e patrocinado pela estrutura, solicitado a qualquer instante pelas pessoas, quando necessitadas. Os outros, são os eleitos pelo restante da população que, durante meses e até anos, discutem a respeito, concordando ou discordando de idéias e programas desses homens e mulheres governantes.
Ora, se uma parcela dos homens públicos não possui muita ilustração, é certo que uma parte expressiva da população também não a tem; se uma parcela dos homens públicos tem demonstrado que querem levar vantagens no trato das coisas públicas, também é certo que uma parte expressiva da população pensa da mesma maneira.
De modo que são todos iguais: carne da mesma carne, madeira da mesma madeira. Ou ainda: todo governo autoritário só se sustenta se o povo – na sua maioria – tem também uma mentalidade autoritária. Isso porque os povos livres derrubam governos autoritários, assim como povos autoritários derrubam governos libertários.
Sendo assim, os povos não têm o que se espantar em seus governantes, já que são parte de um mesmo corpo e, nesse corpo, quando a podridão do câncer se espalha, a tendência é se estender até o controle central e tomar o comando, levando a morte. Por isso, se o povo tem o governo que merece é algo a ser debatido; o verbo merecer talvez seja inadequado, mas – numa sociedade – cada membro, cada parte boa, ou parte podre integra um todo. Disso não se tem como fugir.
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