sexta-feira, 20 de maio de 2016

Jornalismo, Democracia e Liberdade de Imprensa

Desde o surgimento das primeiras páginas do alemão, Johannes Guttemberg, no século 15, a imprensa se modificou e ganhou gêneros diferenciados como a revista, a televisão e o rádio, além de outros. Após fazerem parte das inúmeras lutas sociais e independências de povos, ao longo dos séculos 18, 19 e 20, esses meios de comunicação incorporaram-se ao cotidiano moderno, adaptando-se finalmente ao regime econômico capitalista - tanto como objeto de mercado – quanto como instrumento de legitimidade política e econômica. Por isso, para entender o papel que a imprensa ocupa nos tempos atuais, o objeto de estudo deve ser analisado a partir de um conjunto de relações que vai muito além dos textos jornalísticos, da maquiagem dos apresentadores e das vozes impostadas. Nos países, com um índice de desenvolvimento humano ainda acanhado, com todo tipo de fragilidades sociais, a televisão ocupa um papel importante, ditando regras de comportamento e a noção de verdade política oriunda de uma parcela rica da sociedade. Claro que os canais de televisão e jornais impressos, com sede nos grandes centros europeus e estadunidenses, adaptaram-se muito rapidamente às ameaças provocadas pela internet; investiram em qualificação dos profissionais e se eximiram ao máximo dos juízos de valores. As grandes linhas editoriais, pelo mundo a fora, procuram se eximir de tendências para um ou para o outro lado dos grandes debates políticos, ou, então, se declaram diretamente fiéis a um ponto de forma objetiva. Salvas as honrosas exceções, ao longo de toda a América Latina, e no Brasil em particular, os meios de comunicação se armam em grandes conglomerados de rádios, jornais e televisões e se espalham por todo o país, fazendo parte de todas as tomadas de decisões, quer seja das pessoas na sua particularidade, quanto às grandes políticas nacionais. Acontece que, quando há uma multiplicidade de veículos de comunicação e os profissionais preocupam-se em exercer suas atividades de forma isenta, sem terem que ceder às pressões do mercado de trabalho, pode-se dizer que há liberdade de imprensa e democracia. Entretanto, quando apenas uma rede de canais, ou um amontoado de empresas jornalísticas – comungam uma mesma posição ideológica – impõem-se sobre a sociedade como os donos da verdade, além de se imporem sobre os veículos de comunicação regionais, e ditam todas as expressões políticas, econômicas e culturais, não há liberdade de expressão; não há democracia.

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