quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
E o Tempo Passa
Tudo passa muito rapidamente pela existência de todas as coisas: as pedras, as árvores, os oceanos e as pessoas. Os minutos saltam sem se perceber, já que os segundos nem sempre são pensados, e as horas correm e formam os dias, os meses e os anos. O menino que ontem tivera 8, 21, 28 ou 35 anos não viu o tempo passar e, como se fosse dormir, no outro dia acordou com 50, 60 ou 70 anos; e ainda assim o tempo não lhe parou.
Mas se tudo corre tão rapidamente, e a esse movimento chamam de tempo, o que é esse fenômeno? Alguns afirmam que não existe, mas que é apenas uma construção abstrata para demarcar o momento de existência de cada coisa; houve ainda que afirmasse a possibilidade de fazê-lo retroceder, ou de viajar entre as épocas, mas também houve quem dissesse que não, não se pode viajar para o futuro ou para o passado.
A verdade é que o tempo é implacável e altera as aparências, já que tudo que hoje é novo um dia será velho, da mesma forma que tudo que hoje é velho um dia foi novo e assim segue tudo que existe. Essa realidade que paira entre os seres que existem, somente aos humanos leva o pavor, já que somente esses são dotados de consciência e, através dela, percebem que caminham sempre para o seu fim.
Mas, se não para, não pode ser adiantado, é interessante notar que essa consciência faz com que o tempo aconteça diferentemente para cada humano, de acordo com o próprio tempo de existência; dois meses do Natal para uma criança de seis ou oito anos é uma eternidade, vai demorar a passar, já para um homem, ou uma mulher, que passou dos 40 ou dos 50 anos, isso passará muito rapidamente.
Quando olha para trás, o adulto vê a distância entre uma ou duas décadas como algo muito recente, mas o jovem vê uma vida, uma existência. E isso se retrata até nas aparências, física ou mental: uma criança muda muito rapidamente, um bebê muda em questão de dias, já um adulto, ou um velho, as suas alterações acontecem muito lentamente e, para alguns, é até imperceptível.
O tempo é implacável. Para um adulto, o que aconteceu em uma ou duas décadas é como se fosse logo ali; e o pavor se dá porque em uma, duas ou três décadas ele já não existirá, a não ser na memória dos entes queridos, mas que também vai ser extinta com o passar do tempo. Lento, ou rapidamente, o tempo passa e já não adianta contar mais o que passou, mas o tempo que falta; portanto, se faz necessário experimentá-lo em toda a delícia possível.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário