segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
O Mal e a Maldade
O que é o mal? Por que existe a maldade no mundo? São questões aparentemente indecifráveis que muitos, ao analisarem, caem em explicações metafísicas e não conseguem seguir adiante. Dentro de uma visão maniqueísta, pode-se dizer que os opostos necessitam um do outro para existirem; nesse caso, se existe o Bem, necessariamente existe também o Mal.
Diante do dilema posto, o bispo de Hipona, o pensador católico, Santo Agostinho, analisou a questão em O Livre-arbítrio, pondo a questão em silogismo da seguinte maneira: Todas as coisas que Deus criou são boas; o mal não é bom; logo, o mal não foi criado por Deus. De outra maneira: Deus criou todas as coisas; Deus não criou o mal; logo, o mal não é uma coisa.
Mas a solução para Agostinho está em Platão que disse: tudo que se observa no mundo sensível (terreno) é cópia imperfeita, são sombras das coisas verdadeiras que estão no mundo das ideias. Seguindo nessa linha, Agostinho afirmou que assim como a sombra que não existe, a não ser enquanto manifestação da ausência de luz, também o mal não existe, a não ser enquanto ausência de do bem. Com isso, o bispo de Hipona reforça a ética cristã de que o não fazer o bem é também uma manifestação de maldade.
Acontece que, pondo dessa maneira, ajuda a elucidar, mas não resolve o caso por completo, já que se encerra numa ideia de que quem pratica o mal é maldoso, é alguém identificado com o mal. Alguns, quando analisam a história, é comum que estabeleçam certos governantes como a própria encarnação do mal: Nero, Hitler, Stalin, Baby Doc etc. Mas todo governante tem uma oposição, aqueles que, estiveram diante de grandes conflitos, ainda mais. Portanto, é comum que seus adversários o vejam como alguém que encarna a própria monstruosidade. Mas, outros, ainda preferem que a própria encarnação do mal seja reservado a uma entidade, contrária a Deus, o Diabo.
Nem uma coisa nem outra. Ninguém, nenhum homem, ou nenhuma mulher, é anjo; nenhum homem, ou nenhuma mulher, é ou foi, demônio. Todos: Nero, Hitler etc. As pessoas são apenas pessoas como todas as outras, vivendo. Acontece que cada um pratica suas ações e essas sim são benignas ou malignas. Se os humanos precisam respeitar uns aos outros, como forma de se tornarem seres elevados, a prática do mal é o seu contrário, é o desrespeito, é a pratica de ações que prejudiquem os outros.
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