segunda-feira, 8 de maio de 2017
Entre a Solidão e a Paz
Dois conceitos necessários para uma análise das condutas humanas e o entendimento do espírito de cada indivíduo: a solidão e a paz. Os dois designam a condição de vida de uma pessoa isolada da multidão; a diferença parece estar na forma como cada um encara a vida na distancia dos demais membros da espécie.
Têm-se dito que o que faz os humanos, diferentes dos outros animais é a sua condição de vida em grupo, a sua vida em uma totalidade; ou seja: é no grupo que acontecem os aprendizados necessários para o seu tipo de ser. Sim, se as abelhas e as formigas, ditos animais sociais, têm os seus papéis e funções descritas geneticamente em sua condição natural, as pessoas dotadas da tal racionalidade necessitam de convívios para o aprendizado. Isso quer dizer: as pessoas, naturalmente, são seres individuais. Portanto, a vida em grupo - na construção de uma condição humana - torna-se indispensável para a sua formação.
Isso justifica o sentimento de solidão que as pessoas sentem quando vivem por um período muito longo distante das demais; é como se fizessem falta nessa sua construção permanente. A falta das pessoas leva o indivíduo a sentir-se triste e, por vezes, até doente. Mas essa solidão pode ser voluntária também, pode ser oriunda de uma vontade; o que, para muitos, não deve ser classificada como solidão, mas como uma busca de paz de espírito.
Mas essa busca da tal paz acontece quando o indivíduo se percebe em uma vida tumultuada, cheia de interesses por parte dos demais. Alguns se isolam completamente ou permanecem em pequenos grupos de monges, numa vida ascética, outros, se isolam totalmente e assim permanecem por longo período, distantes de qualquer traço dos demais de sua espécie.
Nesse caso, por mais que os humanos necessitem um do outro para a construção de suas vidas, suas culturas e suas tecnologias, por mais que os humanos sejam construídos socialmente, o excesso de interferências de outras pessoas parece levá-los ao desejo de afastamento. Se o animal homem não é naturalmente social, mas escolhe viver em grupo por melhores condições, em algum momento busca suas origens de animal, individual, e almeja a solidão. Por isso, os dois conceitos estão presos em mesmo paralelo: a paz solitária que se almeja, ou a solidão, da qual alguns se queixam, parecem apenas fruto de uma de posição de indivíduo, uma condição do espírito diante da situação que se apresenta.
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