quarta-feira, 10 de maio de 2017

O Banco e o Capitalismo

A decadência do sistema capitalista de produção é visível em todos os seus níveis: social, político e econômico. De um lado o estado moderno, feito a sua imagem e semelhança, como forma de lhe dar sustentação, começa a demonstrar suas contradições e fragilidades, de outro, a máquina burocrática do sistema emperra e suas engrenagens comerciais e financeiras dão sinais de desgastes. O único que tem demonstrado condições de sobrevida, muito além dos demais, é o sistema bancário; enquanto outros setores caminham dependendo da capacidade de importação e exportação de cada país, assim como da capacidade de consumo da população, esse consegue aumentar seus lucros sempre. A despeito da situação da indústria, do comércio e dos serviços, o capitalismo financeiro vive das transações de valores de uma pessoa para outra, de modo que, em grande parte, independe da capacidade de produção. Aliás, por mais que os bancários falem "em nossa cesta de produtos", o banco não produz; antes, pelo contrário, vive da produção dos outros setores. Desde os tempos das feiras medievais, quando um corretor financeiro sentava em um banco trocando dinheiro de um feudo pelo de outro e, assim começando a atividade bancária como se conhece hoje, os bancos só cresceram. Isso foi possível porque não se preocupa com preço da mercadoria, com transporte, com depreciação de produtos, tempo de validade, quantidade de estoque etc. Quando se fala que o sistema capitalista de produção está em franca decadência é porque, mesmo esse setor que sempre foi favorecido, como o coração da economia, começa a mostrar suas fragilidades. Os bancos hoje já não querem ganhar mais só na transação estipulada por lei, mas cria a todo instante, artifícios para drenar o dinheiro dos correntistas para as suas contas; e pior, faz isso impondo um discurso de retidão, de coerência e dedicação. Para o usuário do banco provar que aquele dinheiro foi-lhe tirado indevidamente e tentar reave-lo terá que passar por uma "via crucis", de tribunal em tribunal, de forma que se desestimula. O que acaba acontecendo é a sua desistência e o lado mais forte acaba vencendo e o lucro da casa bancária aumenta de forma avassaladora. Mas isso demonstra fragilidade do sistema como um todo porque já corre solto, sem empecilho que lhe entorne, que o direcione. Se em uma época foi necessária a lei para a segurança do sistema, agora demonstra o desmoronamento quando um dado setor consegue fazer a lei que quer e burlar a que não quer, quando assim pensa que deve ser.

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