sexta-feira, 5 de maio de 2017
O Fim do Capitalismo
O regime capitalista deu as linhas da era moderna, ou porque os objetos e utensílios aos quais se fizeram uso nesse período estiveram sujeitos ao mercado, ou porque os comportamentos das pessoas, suas instituições e suas leis estiveram submissos ao sistema econômico. As práticas do dia a dia, mesmo aquelas mais caras para a população, frutos de antigas tradições milenares, de ordens fraternas e religiosas, sofreram profundas alterações, ao obedecerem aos ditames economicistas.
Como uma torrente avassaladora que soergue tudo, e leva consigo o que se encontra pela frente, esse regime moderno arrancou as bases aos quais se fincavam a estrutura social do Ocidente, não só a cara da Europa, mas criou a América e alterou o Planeta. E, mesmo se vendo ao longe a decadência do sistema, não se pode aventurar a analisar a sociedade moderna sem levar em conta todo o sistema de compra e venda de mercadorias.
Sendo assim, não é mais possível conceituar arte – música, teatro, cinema, artes plásticas etc. - sem levar em consideração o papel econômico exercido sobre a produção artística; não é possível falar de fé, ou de uma ligação entre criatura e criador, sem levar em conta as diferenças econômicas entre fiéis e o papel institucional de certas igrejas de camuflar tais relações.
Se isso não bastasse, nas universidades, centros de excelências científicas, professores se engalfinham na disputa de verbas para os seus projetos nebulosos e, muitas vezes sem qualquer função social. Aliás, alguns se arvoram e gritam em bom tom que a ciência tem a razão em si mesma, que não deve estar submissa a uma função social. Até mesmo a Filosofia, refúgio da alma recôndita da humanidade, por vezes sucumbe diante dos ditames economicistas incrustados nessas mesmas universidades e sedem a busca pelo saber por cargos burocráticos, matérias jornalísticas elogiosas, ou viagens e roupas bonitas.
O interessante é que se percebem os desajustes aos quais a sociedade se meteu e alguns gritam por socorro; artistas, religiosos, juristas, sociólogos e filósofos mostram a todo instante o desarranjo social e cultural que se seguem nos dias de hoje. Vê-se a olho nu a decadência do sistema econômico, deixando sem sustentação as relações sociais e políticas trazidas até o presente momento.
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