segunda-feira, 29 de maio de 2017
Os Humanos, as Coisas e a Existência
Os homens vivem em um movimento constante, uma passagem que segue sempre do passado para o futuro, produzindo aquilo que se convencionou chamar de presente. Acontece que a felicidade, ou seus medos e as suas frustrações estão intimamente ligados a essa passagem continua, a esse movimento ininterrupto.
Na verdade, os humanos são seres históricos, continuamente presos ao passado, mas que, nos seus fazeres cotidianos, sempre se projetam para o futuro. No entanto, esse último, o futuro, é um famoso desconhecido e, para melhor se projetar para onde ele está, as pessoas precisam mesmo é fincarem-se, firmemente, ao seu passado, às suas memórias.
Acontece que, objetivamente, o tempo é uma construção mental, uma racionalidade metodológica, que visa controlar esse caminhar contínuo das existências de si e de tudo ao redor do humano; afinal, os porcos e as flores nada sabem e não se importam com essa tal tempo. Mas existem, vivem.
Fincar-se ao passado significa ser fiel a si mesmo, ao seu próprio ser, aos seus valores, à sua cultura e à sua história. Quando alguém, ou uma leva de pessoas, por qualquer motivo, é deslocada de sua territorialidade e posta em novo espaço, vê-se fragilizado, estranho até mesmo de si próprio e, de imediato, cerca-se do que vê pela frente em busca da indispensável segurança.
O tempo não existe, mas as coisas que cercam os humanos, e eles mesmos, existem. Isso significa que tudo um dia foi novo e um dia será velho e, então, tudo que existe está preso a um movimento constante. Afinal, se tudo que existe um dia surgiu, também um dia não mais existirá. Ou seja: tudo caminha do nascimento para a morte, cada coisa tem seu próprio movimento de existência; a pedra, a flor, os porcos e os homens, todos têm seus momentos.
O futuro é inevitável, mas é um vir-a-ser e, por isso, está no campo do inconsistente, da dúvida, da incerteza e, daí, o medo do desconhecido. Nada se sabe sobre o devir, nem mesmo para um movimento muito próximo, muito curto, como é o caso de um segundo – por exemplo, quanto mais de anos e séculos, a não ser que tudo segue. O que existem nas metodologias são os prognósticos feitos no passado e cheios de expectativas para o futuro.
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