A palavra ciência vem do Latim, scientia, traduzida para o Português como "conhecimento", refere-se a qualquer pesquisa elaborada sistematicamente, com métodos que se pretendam rigorosos. Na era moderna, ciência tornou-se um conceito indispensável para a vida cotidiana levando em conta as ações na área da arte, da comunicação, dos conflitos bélicos, do trabalho etc. Indispensável tanto para entender a vida cotidiana, quanto para fazê-la acontecer.
Acontece que, com toda a pretenção iluminista, os homens da modernidade embrenharam-se em um racionalismo, a acreditar que métodos rigorosos atingem a verdade eternas. Esqueceram, esses senhores, a complexidade do universo que torna os vários saberes, os vários campos do conhecimento diferentes, carecendo não só de diferentes métodos, mas também de diferentes modos de pensar essa tal ciência no que tange a definição do objeto.
Além das várias áreas possíveis de investigação sobre os fenômenos concretos na natureza, como o funcionamento das estruturas vivas ou minerais, ou ainda seus componentes, também há de se pensar os humanos em suas relações políticas, sociais e econômicas. Algumas áreas do saber são aceitas como como verdades absolutas e outras com desconfiança ou com direito de aceitar ou contrariar os resultados das pesquisas.
Com isso, heis aí mais um campo de estudo, a relação das pessoas com as tais de ciências em suas variedades: a aceitação de algumas, ou a negação de outras, os preconceitos com certas descobertas, os medos ao se pensar o sucesso de algumas etc. Além disso, há que se pensar ainda nos comportamentos dos pesquisadores em às suas relações corporativas ou com os sistemas universitários, com o regime econômico e a necessidade de aumentar seus dividendos, o poder etc.
Uma ciência que pretende estudar a própria ciência é a Epistemologia, mas seu desempenho tem ficado na tentativa de entender a relação entre os saberes elaborados e os não elaborados, ou entre a eficiência dos métodos em suas variadas áreas. A Antropologia, por sua vez, faz algumas incursões sobre as descobertas de certos grupos humanos e, a Sociologia, que tem realizado algumas buscas nos comportamentos humanos, diante das novas tecnologias e pára por aí.
Mas a ciência continua a não ser compreendida por mais que ela, em si, se pretenda ser a "vara de condão" para a compreensão de tudo. E o paradoxo está posto, não é compreendida por conta da sua própria racionalidade, o modo como foi pensada para a modernidade e que lhe deu condições de avanços, as suas próprias divisões; pensa tudo e não a si própria.
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