O primeiro caso pode ser traduzido como atividade política e as suas relações com a burocracia, com o estado e com os partidos e ideologias e, o segundo, as religiões com suas igrejas, suas seitas, livros sagrados e crenças. As perguntas: os humanos necessariamente precisam ter tais atividades? Esses humanos precisam pertencer a um partido, a uma ideologia partidária? Da mesma forma do outro lado, precisam crer em um deus, ter uma fé? Resposta: não necessariamente.
Mas não se trata de ser ou não necessário ter um alinhamento religioso ou pertencer a um partido, mas o que esses têm a ver com as suas necessidades no dia a dia. As pessoas, cujas atitudes não se enquadram em uma religiosidade tal, estão apenas passando por cima da tradição imposta pelas instituições, o que leva alguns seguidores mais exaltados a se revoltarem com a atitude. No entanto, o abandono do acompanhamento político partidário, persistente, daquilo que, efetivamente, acontece com a economia, com a educacao, com a saúde, com a segurança etc. na sua sociedade, estará deixando de lado aquilo que é de seu interesse.
Ora, a política partidária mesmo sendo de extrema importância para a cidadania, não é ensinada nas instituições tradicionais; por isso mesmo, sendo o caminho por donde selam-se os destinos das pessoas, necessariamente deveria ser matéria escolar. Diferente do que alguns reverberam aos quatro quantos, precisa ser aberto aos jovens todo o processo partidário de como as lideranças políticas são escolhidas, as suas implicações e os cuidados necessários.
A contradição é o pensamento de que é necessário o ensino religioso nas escolas e mas não a política partidária já que crença é uma expressão íntima de cada indivíduo, enquanto a política é uma ação junto aos demais membros da sociedade. A lógica cristã de salvação é individual: uma relação direta entre a criatura e o criador; afinal a expressão original do cristianismo é: "quem crer e for batizado será salvo", por outro lado, a política partidária interfere diretamente na vida de todos. Aí, nesse paradoxo, surge mais um ingrediente, a interferência religiosa na vida das pessoas pacifica, acalma o fiel na luta pelas suas necessidades, mas a política, pelo contrário, provoca-lhe o brio e o faz lutar pelos seus interesses e isso provoca a ira de alguns setores privilegiados da sociedade.
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