Um consenso determina o tripé que soergue a universidade - ensino, pesquisa e extensão - que nem sempre é entendido, ou levada em consideração, mas de extrema importância para o entendimento. Nem sempre entendido porque esse tripé não se mantém em uma gama expressiva de instituições em países em desenvolvimento, ou com uma economia mais fragilizada; o que se percebe é um acomodamento a partir das condições culturais de cada sociedade.
Aí reside um ponto necessário para o entendimento, a condição de sua manutenção. Possui independência financeira, é custeada pelo estado, ou é dependente do pagamento das mensalidades pelos acadêmicos? No primeiro caso, por mais que se fale em autonomia universitária, vive-se uma dependência burocrática de repasses financeiros com atrasos de pagamento o que fragiliza iniciativas académicas; no segundo, sofre o aperto de duas paredes, de um lado precisa mostrar-se como universidade com uma autonomia científica, por outro, inevitavelmente se vê inserida em uma economia de mercado devoradora das melhores vontades.
Perdendo-se na sua sustentação financeira, o tripé ensino, pesquisa e extensão se desfaz. A lógica universitária é a busca por um ensino de melhor qualidade e, por isso, a pesquisa existe para que esse não seja um constante repasse de informações do que se buscou em outras universidades e, para que não se façam pesquisas sem os pés no chão, sem dar respostas à sociedade, faz-se a extensão.
Não havendo sincronia entre esses três pés, ou mesmo não havendo esse tripé, a intensão essencial da instituição universitária se perde: se não consegue dar uma educação de qualidade elevada aos jovens, também não consegue dar repostas aos projetos governamentais. O resultado é que se as economias fragilizadas esperam que essas instituições deem retornos necessários, importantes para seus desenvolvimentos, não é isso que acontece, mas sim um peso nos gastos. No máximo fará ensino, mas não será mais que um repasse dos conhecimentos elaborados nos grandes centros.
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