quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Cientistas: Progressistas e Conservadores

Dois setores da vida moderna, a princípio distintos, mas com uma relação direta: de um lado a maneira de se encarar a ciência, as suas áreas, sua aplicação e suas necessidades, do outro, o pensamento político, a visão ideológica politico-partidária, sua participação na sociedade, aceitação e contrariedades. Parece óbvia esse relação, afinal as pessoas são orientadas politicamente sob um ponto de vista ideológico e entendem a visão e o uso das ciências de uma determinada maneira; no entanto, há que se realçar algumas nuances importantes.
Por um lado, as ciências modernas se caracterizam pelas divisões como forma de aprofundarem os conhecimentos; surgem aí as especializações e as inúmeras subdivisões e, a todo momento, em uma universidade distante, um grupo de estudiosos fazem surgir uma nova  área do conhecimento. Do outro, lideranças e as visões partidárias disputam hegemonias de cientistas, profissionais liberais, jornalistas etc., como forma de implantarem seus pontos ideológicos.
Naturalmente, essa proliferarão de novos conhecimentos, por mais que racionalize os processos de investigação com a delimitação do objeto, cada vez mais os cientistas se afastam de uma universidade humana, de uma totalidade dos saberes. Dessa forma, algumas pessoas tornam-se grandes sábios sobre uma pequena área, dominam como ninguém um ponto específico, mas são analfabetos sobre outras, tão ou mais importantes que os seus conhecimentos para a vida nos grupos.
É esse distanciamento entre totalidade e a particularidade que acaba por moldar politicamente um e outro agente da ciência. Não que haja uma divisão clara entre os pluralistas e os unitaristas, moldados em um maniqueísmo, mas que é preciso estabelecer uma relação entre o todo e a parte; alguns pesquisadores, mesmo se  especializando não deixam de pensar a totalidade.
Acontece que um físico, um jurista, um biólogo, que saiba muito sobre física, sobre direito ou sobre biologia, mas que nada saiba de arte, de política, de ética ou de sociedade, será politicamente conservador e, por vezes, bastante egotista e simplista. Bem diferente dos colegas das mesmas áreas, mas inteirados de conhecimentos artísticos, políticos, éticos e sociológicos; esses estarão mais aptos a um entendimento entre os grupos, a aceitação das diferenças etc, e perceberá com mais clareza o papel de sua área de conhecimento na vida das pessoas. 

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