sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Os Tolos e as Ditaduras

Se todos os povos reivindicam uma democracia para chamar de sua, também todos os povos estão sempre diante da ameaça do surgimento de um "salvador da pátria" que se adone do poder e conduza a sociedade com mãos de ferro. Os governos totalitários, portanto, autoritários, são um fenômeno característico da era moderna e que podem surgir a qualquer momento, no vácuo deixado por algum desencontro político, em geral originado  na desinformação.
Um sistema democrático é frágil por essência e se sustenta no equilíbrio das relações e na aceitação das diferenças; calcado nisso, os setores mais conservadores se aproveitam das condições vividas na sociedade e investem na defesa dos seus interesses, alegando defesa nacional, defesa da família, defesa da raça e daí por diante. Portanto, um sistema autoritário é originado tanto nas necessidades econômicas, quanto na desinformação, na falta de dados referenciais que possibilitem um entendimento das conjunturas políticas.
Ora, se a democracia se caracteriza pela aceitação das diferenças, pela urbanidade, os governos totalitários se caraterizam pelo seu contrário, a exclusão de todos que não comungarem o mesmo pensamento, ou que não estiverem dentro das condições mantidas por uma parcela radical da sociedade. O interessante é que o totalitarismo faz uso de alguns conceitos como liberdade, povo, raça, família, crença, entre outros, e os reforça insistentemente em meios de comunicação, em escolas, em igrejas etc., até fazerem efeito de dominação diante de uma massa ávida de soluções para as suas necessidades.
Na há propriamente uma teoria, pelo menos hegemônica, sobre o que é ou como se comportam os governos totalitários, mas os textos de história estão repletos de exemplos característicos desses dois últimos 200 anos. Na primeira metade do século 20 os governos mundiais se viram invadidos por ditadores,se autoproclamando democráticos, mas mantendo as populações distantes do poder, controlado-as com mãos de ferro: Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Brasil, Argentina e a lista continua. 
É nesses exemplos que se podem traçar linhas sobre as características dos governos e suas estruturas burocráticas, não só totalitários e autoritários (se é que é possível ser uma coisa sem ser outra). Quem espera por um governo totalitário é um desinformado, para não chamar de tolo, ou outros adjetivo, porque isso é querer que alguém, ou um grupo determinado, governe em seu nome e lhe tire os seus direitos mas sagrados, a sua autonomia de cidadão.

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