A palavra consciência vem de uma raiz latina, conscientia, que por sua vez vem de consciens e, entendida muitas vezes, como "ciência com". Quando aparece relacionada a algo, pode indicar que o indivíduo está ciente de que algo existe. Se vem precedido do prefixo in indica-se apenas uma negação. No entanto, no caso do inconsciente sabe-se que há uma complexidade muito maior e não apenas o de se estabelecer como contrário ao consciente.
Ora, o agir inconscientemente já ganhou uma série de estudos pelas várias ciências da psique humana, mas o que se pode assegurar é que bem pouco se sabe, com garantia, sobre os motivos de uma ação involuntária. Por outro lado, a consciência pensa a si mesma quando aquele que pensa sabe exatamente o que está a fazer, portanto, medindo cada passo, cada decisão tomada.
A pergunta que fica é: seria possível a consciência, dentro de um pensamento de exatidão, de que o ator, em algum momento, pode agir completamente isento, sem interferências emocionais ou culturais? E mais, essa pergunta se sustenta na percepção das naturais fragilidades da constituição humana, nas suas incapacidades de uma isenção total diante das tomadas de decisão.
Isso porque as pessoas, quando agem, mesmo conscientes, ou racionalmente, agem imbuídos de forças determinadas, estranhas ao processo. Disso se pode deduzir que o fato de a consciência ser sustentada como um saber que sabe que sabe pode se admitir, mas não enquanto autonomia da ação. Acontece que ninguém faz algo sem um motivo anterior, como se algo pudesse ser originado do nada. Em outras palavras: a consciência é um saber que se percebe, mas essa percepção vem carregada de estímulos outros que lhes retiram as condições de liberdade.
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