Acontece que com essa percepção o humano desenvolve seu corpo (tronco, olho, boca, rosto, braços) para se expressar, juntamente com um complexo aparelho fonador e um sistema de sinais capaz de emitir dados ao seu interlocutor muito próximos de uma exatidão. E vai mais longe, percebe que não é só a fala que diz algo em uma comunicação, mas todo o corpo, sem contar com a firmeza, a entonação e mesmo a repetição de palavras.
Com a comunicação o humano aprofundou a sua maneira de pensar, tornando-a cada vez mais ampla, mais detalhada, possibilitando maior entendimento de temas complexos, até então desconhecidos. E foi a partir da língua falada que esses humanos desenvolveram um sistema significativo de linguagem escrita, o que possibilitou sair então da oralidade e registrar, desde as suas contabilidades, seus poema, suas histórias e expressões de fé, até as mais intrincadas equações matemáticas e questionamentos existenciais.
Com essa capacidade comunicacional as pessoas se organizaram e se desenvolveram politicamente, fizeram arte, fizeram filosofia, uma complexa estrutura científica e variadas concepções de crenças. Certamente que arte, filosofia e ciência não são propriamente a comunicação em si, são expressões iminentemente da essência humana, mas só foi possível externar essas descobertas, críticas, conceitos e indignações a partir da comunicação.
Pensando, esse indivíduo que se percebe, passou a se comunicar e assim, se comunicando, ele se construiu e se reconstrói a cada comunicação que faz. Isso porque em cada reafirmação que recebe, em cada nova informação que que obtém, mas também em cada contrariedade que enfrenta realimenta, nele acontece um processo de contínua sua transformação. Em outras palavras: desenvolvendo essas aptidões os humanos perceberam-se como seres da razão, seres complexos, portanto de difícil entendimento e perceberam, por tanto, que mesmo com toda a estrutura comunicacional, a compreensão dessa existência se mantém inatingível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário