quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Democracia Para Além do Voto

O conceito de democracia é por demais complexo, ao mesmo tempo que se pretende o modo de governar mais importante e necessário para população atual, é também um regime que prioriza as aparências, as amizades e o senso comum. Mas para falar desse tema é preciso, primeiro, que se diga de antemão que todo e qualquer governo, ou funcionário público, se sentirá ofendido e poderá prender quem chamá-lo de antidemocrático.
Ora, as falhas da democracia são sentidas há muito tempo. O pensador grego, Platão, já se posicionava contrário a esse sistema, ainda no seu nascedouro: as elites, ditas democráticas, condenaram a morte e executaram a ninguém menos que Sócrates, por que se posicionara contrário ao sistema implantado; acusaram-no de blasfemar contra os deuses e de corromper a juventude e o mataram.
Mas o regime democrático, tal qual se apresenta na dias de hoje é uma invenção da modernidade, que o buscou da antiguidade ateniense e o implantou como parte de um combate ao absolutismo europeu dos séculos 18 e 19. Mas a democracia tem se mostrado um fenômeno muito estranho e necessário para o estudo científico já que, o tempo todo, a sua prática se mostra diferente do que afirma enquanto conceito.
Se de um lado se pensa como um sistema político que se sustenta em um regime baseado na igualdade, na distribuição dos benefícios sociais, numa justiça para todos, e afirma isso em documentos jurídicos, programáticos e discursos, do outro, se mostra uma burocracia autoritária e segregadora, em que a grande massa da população não sabe ou não tem certeza do que acontece em seus bastidores ou a que órgãos deve recorrer.
Essa democracia que se tem apresentado parece o cachorro tentando morder o próprio rabo: para funciona-la é preciso ter uma população educada que escolha dignamente os candidatos aos cargos públicos, mas para que se consiga essa educação é preciso ter um conjunto de governantes e um corpo burocrático afim de exercer também dignamente as suas funções. É aí que surgem as vanguardas, os grupos esclarecidos, que tentam alterar o sistema implantado, mas que diante das forças contrárias pouco ou nada conseguem fazer; assim como alguns desses também sucumbem ao brilho fácil do regime.
Certamente que na política não se fez nada melhor u a democracia. Mas ela não deve ser pensada como um sistema terminal, fechado e eficiente m si mesmo, mas um conceito que vai para além dos discursos das tribunas e dos folheto de propaganda; porque não é apenas votar e ser votado e em seguida distanciar-se das ações que efetivamente vai fazer a diferença na vida das pessoas. Para que haja democracia de fato é preciso que adjetivos como generais, presidentes, ministros, governadores, senadores etc., sejam para designar apenas funções de servidores da população, nunca os donos do poder.

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