quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Que Educação Que Se Quer?

Quando as pessoas falam que o caminho para qualquer desenvolvimento social é a educação, estão corretas, mas esquecem de perguntar: que educação é essa? Ou, o que se quer para o ensino? No Brasil, pelo menos, a educação precisa ser repensada na sua totalidade, das séries iniciais ao doutoramento, levando em conta questões urgentes, como a escola integral no ensino básico, se vai ser profissionalizante ou não. Assim como as universidades que necessitam repensar o famoso tripé: ensino, pesquisa e extensão. Precisam ainda ser repensados os conteúdos da educação básica, pois os jovens saem do ensino médio sabendo coisas que nunca vão utilizar e nada sobre economia, nada sobre direito, ou sobre política. Outra coisa, como pode haver um contra-turno? Em um turno os conteúdos sérios e, em outro, não? Arte, literatura, teatro, esporte podem ser lecionados em um turno que não se leva a sério? Ou seria melhor que todos os conteúdos fossem ministrados juntos: depois de uma aula de biologia, uma aula de música, seguido por uma aula química, outra de história, outra de esporte e assim seguir? O que é isso, o contraturno? Nas universidades precisa que se pensa o que fazer para que os departamentos não virem igrejinhas a defender a corporação a qual fazem parte e estão formando novos profissionais? E ainda, grande parte das pesquisas feitas nas universidades brasileiras são feitas para serem guardadas e nunca lidas, a não ser por pessoas que querem fundamentar novas pesquisas que também não serão lidas. Não têm efeito da na sociedade. Por outro lado, também não há extensão ativa, de modo a trazer para a academia informações das reais necessidades da população. Em outra palavra: a universidade continua distante do seu mais interessado, a população. Exige-se mestrado e doutorado para se lecionar no ensino superior, mas se o curso for dentro do Brasil, não se questiona que doutorado foi esse que o professor fez, ou que mestrado foi esse. Além do que os programas de pós-graduação estão se tornando igrejinhas, controladas pelas suas centrais, sediadas em São Paulo e Rio de Janeiro. Ou seja: o Brasil não pensa a sua realidade. Por outro lado, as averiguações do MEC não averiguam decentemente o que de fato acontece nas instituições de ensino superior e, mesmo que consigam averiguar, as instituições punidas são sempre as presenciais que, por pior que sejam, conseguem ensinar melhor que aquelas que atuam com o tal de ensino a distância. Isso tudo sem contar que pensar em educação é, necessariamente, pensar ainda naquele que a faz, o professor: necessita-se urgentemente a valorização da categoria com cursos que renovem sempre os seus conhecimentos, além de um aporte salarial descente. Portanto, pensar que o caminho para um desenvolvimento social passa pela educação é um pensamento correto e urge que se façam investimentos nesse sentido, mas é preciso, com isso, que se repense a educação que se quer.

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